terça-feira, 8 de abril de 2008

Tudo por definir

Depois de um considerável interregno, achei que era chegada a altura de voltar a debruçar-me sobre a realidade leonina, quer por dever de ofício (isto de ser editor de um blogue tem associado as suas responsabilidades), quer por considerar que está já praticamente dissipada a ressaca que me tomou de assalto após a derrota do Sporting (e de Paulo Bento, se quisermos ser mais específicos) na famigerada final da primeira edição da Taça da Liga.

Esperei todo este tempo para que não corresse o risco de dizer algo de que pudesse arrepender-me mais tarde. Mas não quero deixar de dizer aqui, preto no branco (ou branco no verde, se quisermos ser mais rigorosos), que a equipa do Sporting (dos jogadores à equipa técnica) foi, nessa noite de má memória, indigna da camisola que veste. É o mínimo que posso dizer passado todo este tempo. Não seria com toda a certeza o máximo que poderia dizer, não fosse o silêncio a que desde então me votei.

De lá para cá, um conjunto de boas exibições, tanto para consumo doméstico (Naval e, mais recentemente, Sp. Braga) como para consumo externo (Glasgow Rangers), aliadas a bons resultados, deram à equipa do Sporting (e a Paulo Bento) novo fôlego que poderá ser determinante num final de época que se prevê complicado e desgastante e onde tudo (ou praticamente tudo) está ainda por definir.

Digo isto porque, apesar de o título de campeão nacional (tema que abordei no post anterior) e a Taça da Liga já não estarem ao nosso alcance, aquilo que poderemos ainda fazer nas restantes provas em que estamos envolvidos, da Taça UEFA à Taça de Portugal, passando pelo 2º lugar no campeonato nacional, poderá ser determinante na avaliação objectiva da época do Sporting.

Dificilmente uma época em que, falhada a conquista do principal título nacional, se alcance o 2º lugar no campeonato (ou o “2º objectivo” como diria Paulo Bento), se vença a Taça UEFA (o “4º objectivo”, se considerarmos que a Liga dos Campeões seria o 3º), a Taça de Portugal (o “5º objectivo”) e a Supertaça (única que já não entra nas contas dos objectivos por se encontrar já exposta numa qualquer vitrina do Mundo Sporting) e se atinja a final da Taça da Liga, embora com o resultado conhecido de todos (ou “conseguimos controlar a transição ofensiva do nosso adversário”, nas palavras do nosso treinador), poderá ser considerada desastrosa.

Da mesma forma, dificilmente poderá deixar de ser pedido aos principais responsáveis da estrutura técnica e directiva do Sporting que assumam as suas responsabilidades caso nenhum daqueles objectivos (com a excepção óbvia da Supertaça) seja alcançado.

Os próximos dias serão determinantes. Tudo – ou praticamente tudo – se encontra ainda por definir.

Campeão verdadeiro

O FC Porto sagrou-se, neste último fim-de-semana, campeão nacional 2007/2008, feito alcançado com inequívoco mérito e inteira justiça, apesar de todas as nuvens de suspeição que pairam sobre o clube. Não queria deixar de tecer umas quantas considerações sobre as ditas suspeitas.

Ponto prévio: condeno, obviamente, qualquer acto de corrupção, tentada ou consumada, que tenha como objectivo desvirtuar a verdade desportiva. E condeno-o por muito irrisórios que sejam os montantes ou ofertas em espécie envolvidos no acto e independentemente de esse acto produzir ou não efeitos práticos.

Tendo dito isto, não deixa de ser curioso que os factos sob investigação se reportem a uma época (2003/2004) em que o FC Porto foi claramente melhor que os seus pares, sobretudo a nível interno, mas não só. Independentemente de ter ou não tirado proveito desses actos, não considero que tenha sido por aí que o FC Porto se sagrou nesse ano campeão nacional. Acho até que o FC Porto terá legítimas razões de queixa dos árbitros na época em questão: viu escapar-se-lhe a dobradinha na sequência de (mais) uma exibição vergonhosa de uma equipa de arbitragem liderada por Lucílio Batista que teve influência determinante na atribuição do único título nacional que escapou à equipa de José Mourinho durante o consulado deste último.

Dados os factos conhecidos do público em geral, penso que serão absolutamente legítimas as suspeitas que recaem sobre os dirigentes do FC Porto e, repito, inteiramente condenáveis essas práticas, caso venham a ser comprovadas. Mas penso que a verdade desportiva vai muito para além disso.

Nem sempre isto foi verdade mas, nos últimos 15 anos, com uma única, desonrosa e “gloriosa” excepção, não me lembro de um único campeonato que tenha sido vencido por uma equipa que, não sendo inequivocamente melhor que as outras, não fosse pelo menos tão boa como a melhor.

E, tanto ou mais do que os alegados (e verosímeis) actos de corrupção, penso que será a verdade desportiva que nos deverá preocupar. Pelo menos a mim, é isso que me preocupa. Condeno qualquer acto ilícito que vise desvirtuá-la, mas condeno muito mais veementemente qualquer acto, lícito ou ilícito, que a desvirtue mesmo.

E verdade desportiva só existe uma. Por muito que nos queiram fazer acreditar no contrário. Não é por uma mentira ser repetida muitas vezes que passa a ser verdade. Ou, como ainda ontem pudemos ver, não é por uma estação de televisão passar, em pouco mais de 10 minutos, 28 – vinte e oito (!!) – repetições de uma bola a bater no peito de um jogador que essa bola passa a bater-lhe no braço.

Tal como, se recuarmos uns anos, não foi por se fazer um grande alarido em torno de um lance de uma bola que terá sido defendida sobre a linha de golo (ou talvez não) que alguém no seu perfeito juízo (e aqui reitero a questão do perfeito juízo) poderá alguma vez afirmar, “beyond any reasonable doubt”, que aquela bola entrou. E muito menos que o árbitro que ajuizou o lance o fez de forma condicionada e/ou enviesada.

Podem querer vender-nos as verdades que melhor vendem, mas isso não altera em nada a verdade. E essa é só uma: com ou sem corrupção tentada ou consumada, com ou sem escutas, com ou sem provas, só um clube alcançou, nos últimos 15 anos, a glória suprema de se sagrar campeão nacional alicerçado única e exclusivamente em factos que escapam totalmente ao foro meramente desportivo. E esse clube não foi o FC Porto, por muito que essa “verdade” esteja enraizada junto da opinião pública.

Por tudo isso, mas não só, dou aqui os meus sinceros parabéns ao FC Porto.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Simply the Best!


Quando soube o resultado do sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, edição 2007/2008, que juntou no mesmo grupo o Sporting e o Manchester United, logo tratei de enviar um SMS para uns quantos amigos com o seguinte texto: “Quem é que alinha ir a Manchester ver o jogo entre o melhor clube do Mundo e o melhor jogador do Mundo?”.

Se, quanto ao melhor clube do Mundo, não haveria grandes dúvidas de qual seria, o mesmo não se poderia dizer, naquela altura, sobre a questão do melhor jogador do Mundo, como viria a ficar provado apenas uns meses volvidos por ocasião da Gala FIFA World Player, que viria a sagrar Kaká como o melhor jogador do Mundo.

Se, àquela data, o terceiro lugar alcançado por Cristiano Ronaldo, logo atrás de Lionel Messi, teve algum sabor a injustiça, é hoje evidente aos olhos de qualquer adepto da modalidade a gritante diferença que existe, actualmente, entre Cristiano Ronaldo e os seus pares.

De tal forma assim é que, com apenas 23 anos de idade, Cristiano Ronaldo, a custo de grande talento e enorme dedicação à sua arte, vai acumulando sucessos e recordes que o transportam para um nível mais comparável com o das grandes glórias de todos os tempos do que propriamente com o dos seus contemporâneos.

Ontem, ao apontar mais dois golos com a camisola do Manchester United (a cujo peso juntou ontem, pela primeira vez, o da braçadeira de capitão), em jogo da Premiership frente ao mesmo Bolton que o Sporting eliminou da Taça UEFA ainda há poucos dias, Cristiano Ronaldo atingiu a impressionante marca (sobretudo, tendo em consideração que não se trata de um avançado de raiz) de 33 golos numa só época, em apenas 37 jogos, ultrapassando dessa forma a velha glória George Best, uma das figuras míticas do clube de Old Trafford, como o extremo que mais golos conseguiu numa só época, para todas as competições, na história daquele (também mítico) clube.

Com este registo, Cristiano Ronaldo passa a ter à sua frente neste ranking apenas 5 outros registos de outros 3 jogadores: Tommy Taylor, Ruud van Nistelrooy – melhor marcador da história do Man Utd. nas competições europeias – e Denis Law – outra figura imortal, capitão de uma das melhores equipas do Mundo de todos os tempos (na qual, além de Law, pontificavam, por exemplo os nomes do já referido George Best e de Sir Bobby Charlton, e que, a 18 de Março de 1964, assistiu na primeira fila a um dos maiores feitos de todos os tempos do Sporting nas competições europeias).

Este feito permite-lhe ainda liderar as tabelas de melhores marcadores quer da Premier League (com 24 golos) quer da Liga dos Campeões (com outros 6), e ser neste momento o mais forte candidato na corrida à Bota de Ouro (feito apenas alcançado por dois jogadores portugueses em toda a história) e à próxima edição do prémio FIFA World Player (que Luís Figo foi o único a conquistar para as nossas cores antes dele).

Começam a faltar-me palavras para descrever Cristiano Ronaldo e os seus feitos. Por isso, dou a palavra a quem sabe. O próprio George Best disse, um dia, acerca de Cristiano Ronaldo: “Houve vários jogadores a serem apontados como novos George Best, mas só agora é que é um elogio para mim”.

Congresso do Sporting Clube de Portugal

Aproveitando mais uma das boas ideias originadas pela activa blogosfera leonina, o Conselho Directivo do Sporting deliberou a organização, até ao final do presente ano, do Congresso do Sporting Clube de Portugal que terá como tema fundamental a discussão do futuro do clube e cuja comissão organizadora será presidida pelo Dr. Ernesto Ferreira da Silva.

O comunicado emitido por aquele órgão pode ser lido, na íntegra, aqui.

Para que o Congresso possa servir os seus propósitos, será fundamental que os "situacionistas" não transformem este evento numa antecâmera da eleição dos novos órgãos sociais, que terá lugar em 2009, e que os "oposicionistas" tenham o bom senso de, ainda que temporariamente, enterrar o machado de guerra, colocar de parte interesses e guerrilhas pessoais em prol dos superiores interesses institucionais e focar-se mais no futuro que querem para o clube e menos no recalcar de erros de trajectória passados.

Também por isso mas não só, seria importante que, na medida do possível, o Congresso fosse agendado para os meses de Verão, período em que tradicionalmente se interrompem as principais competições desportivas, para que se possa evitar cair na tentação de usar esse fórum para discutir questões de lana caprina, tão ao gosto da maioria dos adeptos mas, na maior parte dos casos, tão pouco relevantes para a definição de um (novo) rumo para o clube de todos nós.

Espero que a ocasião seja aproveitada para cerrar fileiras, reforçar laços e unir esforços em prol do Sporting Clube de Portugal! Oxalá os sportinguistas saibam estar à altura da ocasião!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Toma!


Toma!”. Foi com esta expressão que João Moutinho festejou o espectacular golo que marcou esta noite ao Nacional, em Alvalade, o segundo dos quatro com que a equipa do Sporting brindou os insulares. É este o momento que a imagem acima documenta.

Mas toma o quê?”, perguntar-me-ão vocês. Toma lá a participação na jogada do primeiro golo da noite, toma lá a autoria de um golo de se lhe tirar o chapéu, toma lá uma assistência tão cheia de raça, como de oportunidade e perspicácia para o terceiro golo da equipa, toma ainda a autoria da jogada do golo (com uma grande penalidade sofrida pelo meio) com que o Sporting haveria de selar a contenda. Coisa pouca…

É este, para mim, o principal destaque de um jogo a cuja primeira parte não tive oportunidade de assistir in loco. Mas outros houve que não queria deixar passar sem a devida referência:

FARNERUD

Pura classe. Desenganem-se os mais distraídos: é mesmo de Pontus Farnerud, o mal-amado, que estou a falar. Já não é a primeira vez que o digo: é dos jogadores do actual plantel que melhor trata a bola e pena é que a esse talento natural não associe mais amiúde uma melhor atitude competitiva.

Não é a primeira vez que se evidencia pela positiva. Mas, por motivos vários, raramente lhe é dado o devido destaque quando o merece, servindo também não poucas vezes de bode expiatório para todos os males de que padece a equipa do Sporting. Porque é, provavelmente, o alvo mais fácil.

Hoje esteve em plano de grande evidência. Capitalizou na vitória folgada da equipa, não se escondeu do jogo (como muitas vezes é seu hábito), desinibiu-se e conseguiu aliar a classe que lhe reconheço a uma atitude menos displicente, tendo tido intervenção directa numa mão cheia de lances muito bem pensados e melhor executados.

Muito gostaria que este fosse o dínamo que o sueco precisava para se afirmar de vez. Paulo Bento sempre acreditou e lá terá os seus motivos. Eu também quero acreditar.

ARBITRAGEM

Está longe de ser o nosso maior problema (quanto mais não seja porque o problema não está em nós), mas não escondo que considero que se não fossem os senhores do apito, o Sporting estaria neste momento numa posição muito mais confortável para garantir o acesso directo à Liga dos Campeões.

Quatro pontos chegavam e seis pontos foram aqueles quantos nos foram deliberadamente extorquidos relativamente a um dos opositores directos, nos dois jogos que efectuámos em confronto directo. Nada de novo, mas não é menos verdade por causa disso.

Mas, a bem da justiça, para que não seja acusado de dualidade de critérios, e já que não me coíbo de apontar o dedo sempre que somos prejudicados (ou, pelo menos, sempre que isso acontece de forma mais evidente e aparentemente mais consciente e deliberada), quero aqui hoje dizer que o senhor Cosme Machado beneficiou o Sporting no jogo contra o Nacional. Por duas vezes.

Numa primeira, num lance em que Liedson é puxado por um adversário desde as imediações da grande área até já bem dentro desta. Dizem as novas leis do jogo que a falta deve ser assinalada no local onde termina e não onde começa, como era regra até há bem pouco tempo. Ora, o senhor Cosme Machado optou por fazer tábua rasa das novas regras, assinalando livre directo à entrada da área, transformando dessa forma um lance inofensivo do ponto de vista do Nacional (grande penalidade a favor do Sporting) num lance potencialmente perigoso para o nosso adversário. Errou, em nosso benefício.

Numa segunda vez, em que João Moutinho é derrubado no interior da grande área, o árbitro nada assinala e Yannick Djaló (seja bem regressado, mais assobio menos assobio) aproveitou para fazer o quarto golo do Sporting. Que eu saiba (mas posso estar enganado, se bem que no que toca ao conhecimento das regras, entre mim e a grande maioria dos árbitros portugueses, prefiro dar o benefício da dúvida a… mim próprio), ainda não foi alterada a lei que diz que os lances de grande penalidade devem ser sempre assinalados, independentemente de isso poder beneficiar o infractor. Mais uma vez, o Sporting foi beneficiado.

GRANDES PENALIDADES

Para acabar, no que diz respeito ao jogo de hoje, apenas um recado para Paulo Bento.

Tive a honra e o privilégio de, em tempos idos, disputar um jogo de futebol naquele mesmo relvado em que o Sporting hoje goleou o Nacional da Madeira. Por contingências várias, mais relacionadas com as preferências clubísticas do senhor do apito (como não podia deixar de ser) do que com a valia dos praticantes, o jogo terminou empatado, tendo sido necessário recorrer à marcação de grandes penalidades para encontrar um vencedor.

Chamado à responsabilidade, não hesitei… parti para a bola, fechei os olhos e chutei, só os reabrindo a tempo de a ver a redondinha beijar as malhas da baliza. Posso por isso dizer hoje, com uma dose mal disfarçada de orgulho, que daquele local de onde Romagnoli (tal como muitos outros antes dele) falhou, eu tenho uma percentagem de concretização de 100%.

Por isso, Mister… Paulo… Paulinho… sempre que precisares que eu venha em teu auxílio, já sabes… olha em frente, levanta ligeiramente a cabeça e acena, pisca o olho, assobia, o que quiseres, mas faz um sinal à pessoa que estiver sentada no Sector A26, Fila 29, Lugar 17, que eu prometo que, pela minha parte, não te deixo ficar mal!

terça-feira, 4 de março de 2008

My Way

Vi, há poucos dias, um episódio da série de televisão House (o primeiro episódio da segunda série, para ser mais específico) em que um condenado à morte que aguarda o dia da execução num qualquer "death row" tenta suicidar-se através da ingestão de uma substancial quantidade de toner (único produto potencialmente nocivo a que conseguiu deitar as mãos).

O insólito do caso atraiu a curiosidade do inquisitivo espírito do intratável herói Dr. Gregory House que, a páginas tantas, não evita perguntar-lhe o óbvio: o que é que leva um homem que foi condenado à morte e que sabe que, mais dia menos dia, verá chegar a hora do ajuste de contas final, a tomar a iniciativa de colocar, ele próprio um ponto final na sua existência terrena.

A resposta do paciente não diferia muito disto: "Dizem-me quando comer, quando dormir, quando andar, quando falar, tudo. Eu tinha de controlar alguma coisa. Quando morrer."

Serve isto para dizer que, se dependesse de mim, o Sporting não voltaria a defrontar o adversário do passado domingo. Isso poderia querer dizer que iniciaríamos cada campeonato com 6 pontos de desvantagem ou que, em anos em que o sorteio assim o determinasse (como é o caso presente) hipotecaríamos por completo as nossas aspirações na Taça de Portugal. Mas não mais seríamos actores de circos como aquele em que ainda há dois dias participámos.

Perdíamos, sim senhor. Mas perdíamos à nossa maneira. Perdíamos porque queríamos, porque nos recusávamos a ser desonrados em público, e não porque um qualquer biltre fez vista grossa a duas grandes penalidades a nosso favor, bem como a duas agressões a jogadores do Sporting, tendo ainda arranjado tempo para transformar um pontapé de baliza em canto do qual resultaria o golo do nosso adversário. Ou porque outro qualquer energúmeno fez vista grossa a outras duas grandes penalidades, chegando ao ponto de numa delas contrariar a indicação expressa do seu assistente.

Vale tudo. E tudo nas nossas barbas. Sem vergonha nem pudor. E nós, sportinguistas, tão lestos quando toca a criticar as opções do nosso treinador, as estratégias da nossa direcção ou as exibições dos nossos jogadores, assobiamos para o ar. Ainda começamos por barafustar e chamar uns nomes aos árbitros, a direcção ainda vai expondo os assuntos aos órgãos que tutelam o nosso futebol mas, no fim do dia, volta tudo ao mesmo. Os cães ladram e a caravana passa.

Pela minha parte, voto-os ao desprezo que merecem (desprezo, Dr. Soares Franco!, não confundir com enaltecimento através de múltiplas e perfeitamente despropositadas referências elogiosas). E, desde 2005, ano em que definitivamente se perdeu toda e qualquer vergonha que ainda existisse à data, faço questão de não aderir à histeria colectiva que toma os sportinguistas de assalto de cada vez que os defrontamos e de deixar o meu lugar no estádio propositadamente vazio nessas ocasiões. O mesmo lugar em que me sento para assistir ao Lagoa, ao Louletano, ao Estrela da Amadora e a outros que tais. Ou, melhor dizendo, o mesmo lugar em que me sento para assistir ao Sporting... e só ao Sporting.

Pode não ser a melhor maneira, mas é a minha maneira. Ou, nas palavras do grande Frank Sinatra:

For what is a man, what has he got?
If not himself, then he has naught.
To say the things he truly feels;
And not the words of one who kneels.
The record shows I took the blows
And did it my way!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Justo prémio

O Sporting qualificou-se ontem para as meias-finais da Taça de Portugal, após derrotar o Estrela da Amadora, em Alvalade, por 1-0, com o único golo da partida a ser apontado já no período de descontos.

A atitude da equipa, ao longo de quase todo o encontro, foi a de esperar que a vitória e consequente passagem à eliminatória seguinte lhe caísse do céu.

Acabou por não cair do céu, mas de lá perto, muito perto. Mais precisamente da cabeça de Purovic. Claro que a cabeça de Purovic, pelo menos no que diz respeito à respectiva massa encefálica, pouca influência teve no desfecho daquele lance mas, ainda assim, teve o mérito de estar no sítio certo para, com a preciosa ajuda da Divina Providência, interceptar aquela (caram)bola e direccioná-la para o fundo das redes.

Por tudo o que se passou ontem em Alvalade, aquele golo traduziu-se num justo prémio, não tanto para a equipa, mas mais para os 7.475 indefectíveis espectadores que se deslocaram a Alvalade, e que não mereciam ter de assistir ao arrastar daquele triste espectáculo por mais 30 penosos minutos.

E por falar em espectadores, mais a Norte, o Estádio do Dragão registou a pior assistência da sua (curta) história, concretamente 12.117 espectadores. Isto num encontro marcado para as 18h30 de um dia de semana, contra uma equipa de um escalão secundário, em tarde chuvosa.

Sem grande esforço de memória, lembro-me de pelo menos 6 (seis!) jogos, só nos últimos 3 meses, em que a assistência de público em Alvalade foi inferior à pior assistência da história do Estádio do Dragão – Beira-Mar e Penafiel para a Taça da Liga e Louletano, Lagoa, Marítimo e Estrela da Amadora para a Taça de Portugal.

Conhecendo o espírito reivindicativo dos sócios e adeptos do meu Sporting, não pude evitar que, pelo menos outras tantas vezes, me viesse à memória o famoso discurso de John F. Kennedy em que, entre outras coisas, dizia: “Ask not what your country can do for you – ask what you can do for your country”.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Caso de polícia

De acordo com as últimas informações que chegaram ao conhecimento do Visconde de Alvalade, a tentativa de agressão a que o jornalista Rui Santos terá sido sujeito não passou, afinal, de um infeliz equívoco.

Consta que o autor moral daquele hediondo acto terá facultado aos autores materiais do mesmo um briefing do qual constava uma sumária descrição do indivíduo a agredir, redigida em jeito de charada para despistar eventuais investigações criminais que viessem a suceder o acto e que, nessa medida, sabe-se agora, haveria de induzir em erro os agressores.

Da referida descrição, que era omissa em relação ao nome do alvo das agressões, constavam as seguintes tiradas: "indivíduo que se diz sportinguista a quem nunca foi ouvido um comentário abonatório para com o respectivo clube", "goza de um mediatismo claramente desproporcionado quando comparado com a sua capacidade de articular ideias", "alterna amiúde os comentários ao quotidiano do Sporting com comentários ao quotidiano do clube do lado errado da 2ª circular", "existe um certo record que o trás ocupado" e, finalmente, "nunca dedica mais de uma hora seguida à actividade que o tornou conhecido das grandes massas".

O caso encontra-se ainda sob investigação das autoridades criminais, estando todos os esforços a ser desenvolvidos no sentido de apurar quem seria o real destinatário das agressões. O Visconde de Alvalade quer colaborar na resolução deste enigma, pelo que solicita a todos e agradece de antemão quaisquer informações, pistas ou indícios que possam ser facultados nesse sentido.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Orgulho de Pai

Como pai extremoso que sou (pelo menos, tenho-me nessa conta), levo muito a sério os meus deveres paternais. De entre todos, um dos que levo mais a sério é o de fomentar nos meus filhos o amor pelo Sporting, tentando, nesse sentido, aproveitar toda e qualquer oportunidade que me seja dada para dar testemunho do meu próprio sentimento em relação ao clube.

Uma das formas que encontrei para incentivar esse contacto próximo entre os meus filhos e o Sporting (dado que ainda não têm idade para me acompanhar ao estádio) é através da música, concretamente de um CD editado em 2002 pela Juventude Leonina, em que foi imortalizado um dos maiores êxitos musicais da história do nosso clube - "Só Eu Sei..." -, e do qual me faço normalmente acompanhar sempre que viajo de carro (sempre é uma excelente alternativa aos clássicos da Disney, entre outros que tais, de que a pequenada tanto gosta).

Assim, não demorou muito a que os meus filhos aprendessem a reconhecer as músicas que compõem aquele CD e a desenvolver as suas próprias preferências musicais. Rapidamente percebi que a música preferida do meu filho mais novo, rapagão com 2 anos acabados de completar, era a número 3 - "Cantaremos Só P'ra Ti" - que incentiva aos saltos e às palmas, actividades que lhe são caras.

Já para a minha filha, uma princesa com 3 anos e meio, mais madura e definitivamente mais sensível do que o irmão, a música preferida é a da faixa 5 - "Contigo em Toda a Parte" -, facto que, confesso, me causava alguma perplexidade, dado que, a páginas tantas, o cantor de serviço lá ia dizendo que "Isso que diz toda a gente / Que somos violentos e somos delinquentes / Não lhes faço caso, vou a todo o lado / Sou da Juve Leo, sou descontrolado", o que me causava algum desconforto quando o ouvia da boca da minha pequena princesa.

Ora, ontem, sensivelmente a meio da viagem que nos havia de trazer de Alcácer do Sal, onde tínhamos ido passar o fim de semana, a Lisboa, ao ouvir essa música, a minha filha, do nada, chamou-me e perguntou-me se eu sabia porque é que ela gostava tanto daquela música em concreto, ao que eu respondi que não. Acto contínuo, disse-me: "É porque a música diz 'Força, força Sporting / Contigo em toda a parte, eu te amo', e eu também amo o Sporting!".

Há momentos em que uma pessoa se questiona sobre o que anda a fazer na vida. Este, para mim, definitivamente, não foi um deles.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Resultado mentiroso

Qualquer pessoa que perceba minimamente de futebol sabe a importância de marcar primeiro. Qualquer pessoa que acompanhe o Sporting de Paulo Bento sabe bem que, estando a ganhar desde cedo, a equipa ganha outra tranquilidade e – todos os dados estatísticos apontam nesse sentido (como se o mero bom senso não fosse suficiente) – raras são as vezes em que deixa fugir essa vantagem.

Hoje, no Estádio do Bonfim, o Sporting marcou um golo limpo aos 4 minutos de jogo. O fiscal de linha que acompanhou o ataque do Sporting durante a primeira parte (não sei se era o mesmo que vê bolas baterem na mão quando efectivamente bateram na cabeça ou se outro qualquer com semelhante predisposição) tratou de levantar a bandeirola para assinalar um pretenso fora-de-jogo.

O árbitro (esse sim, sei que não era o mesmo que não liga à opinião dos seus auxiliares, por exemplo quando estes vêem um defesa da equipa adversária do Sporting colocar a bola à mão dentro da própria grande área e disso mesmo lhe dão indicação) não hesitou em aceder à indicação do seu auxiliar, invalidando um golo perfeitamente limpo ao Sporting.

O que fica para a história é o resultado. Porque a história é normalmente escrita pelos vencedores. E esses (dos mais directamente beneficiados por este resultado aos comentadores de serviço, passando pelos órgãos de informação desportiva), com toda a certeza, sobre este facto, não mais abrirão o seu “bico” (e nunca esta expressão foi tão adequada).

Não sei o que se teria passado caso aquele golo limpo tivesse sido validado. Sei que aquilo que se passou não se passaria com toda a certeza. Comentar o que se passou a seguir teria o mesmo interesse, do ponto de vista intelectual, que comentar as incidências de um combate de wrestling e a justiça do respectivo vencedor, pelo que me abstenho de o fazer.

À atenção do Professor Jesualdo: isto, sim, é um resultado mentiroso.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Próxima paragem: Bolton


O Sporting carimbou ontem, em Basileia, o passaporte para os oitavos-de-final da Taça UEFA. Com estilo. Com muito estilo. A equipa, ao contrário daquilo que vem sendo hábito aquém-fronteiras, actuou como um bloco, garantindo dessa forma uma vitória fácil para as nossas cores, por números expressivos (3-0 no jogo de ontem, 5-0 no cômputo geral da eliminatória). No meio desse bloco, houve ainda tempo e espaço para alguns destaques individuais.

RUI PATRÍCIO

Foi um autêntico gigante, com intervenções decisivas em cerca de meia dúzia de lances. Sem fazer nenhuma defesa com o nível de espectacularidade daquela (talvez única) a que foi obrigado no jogo da primeira-mão, esteve perfeitamente irrepreensível de todas as vezes em que foi chamado a intervir, pondo cobro a um bom par de lances de golo quase feito.

Há uns tempos atrás, por ocasião da sua primeira chamada à Selecção Nacional, escrevi um post em que destacava a justiça desse prémio, que viria a ser o post mais comentado da curta história deste blogue. A maior parte dos comentários traduziam ainda algum sentimento de desconfiança em relação às capacidades do jogador, nomeadamente quando comparadas com as do seu principal concorrente a titular do posto de guarda-redes da equipa do Sporting.

Hoje, as dúvidas serão menores, começando a existir por aí muito boa gente que começa a dar por garantida a sua presença no lote de convocados para o Euro 2008. Eu próprio, quando escrevi o tal post, achava que a convocatória tinha feito sentido mas entendia-a mais como um prémio para o bom trabalho desenvolvido e um incentivo para o futuro. Hoje, estou convencido de que não haverá por aí muitos candidatos à 3ª vaga naquele lote de convocados e menos ainda à titularidade da selecção a médio prazo.

BRUNO PEREIRINHA

Quem está familiarizado com o seu percurso nos escalões de formação (que não é o meu caso), estranhava que o seu rendimento estivesse limitado àquilo que nos vinha mostrando ao serviço da equipa principal do Sporting, nas poucas oportunidades que teve de se exibir.

Vem ganhando, e de que maneira, o seu espaço na equipa do Sporting. Chega a ser decisivo, como foi o caso ontem, com o belíssimo golo apontado que abriu caminho a mais uma grande noite europeia. É, cada vez mais, uma aposta ganha de Paulo Bento, que sempre acreditou nele.

JOÃO MOUTINHO

Está em crescendo de forma e a equipa beneficia desse facto. Esteve muito bem durante quase todo o jogo, nas várias funções e tarefas que foi chamado a desempenhar, mas algumas das suas intervenções, nomeadamente a desmarcar colegas, inventando espaços onde colocar a bola, destacam-se claramente da média.

O seu passe para o primeiro golo do Sporting, marcado por Pereirinha, é absolutamente magistral, sublime, a raiar a perfeição.

LIEDSON

Com os 2 golos apontados ontem, igualou o nosso grande ex-capitão Manuel Fernandes na lista dos melhores marcadores do Sporting em competições europeias, com a marca de 18 golos. Este facto é bem paradigmático daquilo que têm sido os últimos anos do Sporting e da forma como a história (recente, mas não só) do clube é percepcionada pelos seus adeptos.

A percepção geral é de que o Sporting já viveu melhores dias, facto que, para muitos, justifica o relativo e crescente distanciamento com que vão vivendo o dia-a-dia do clube do seu coração. O actual modelo de governação e principais estratégias seguidas na gestão do futebol do clube são amiúde criticadas.

E, no entanto, o Sporting, hoje em dia, bate-se normalmente até muito perto do seu final pela conquista das principais provas do calendário nacional (com a notória excepção do ano em curso, no que ao campeonato nacional diz respeito), quando a regra consistia normalmente em começar a pensar na época seguinte por alturas do Natal. Nos últimos 8 anos, conquistou dois campeonatos nacionais e duas Taças de Portugal, tendo ainda conseguido apurar-se directamente para a Liga dos Campeões nos últimos dois anos.

Ao nível europeu, temos o exemplo de Liedson que, em 5 anos ao serviço do Sporting, conseguiu alcançar o mesmo feito que tinha demorado 12 anos (doze!) ao grande Manuel Fernandes (nem mais, nem menos) a alcançar, podendo-nos ainda gabar de termos atingido, nesse período, a segunda final europeia da nossa história.

Das duas uma: ou a nossa história não é tão brilhante como a pintam ou o período “passivo-dependente” não é assim tão mau. E todos sabemos que não é a primeira hipótese.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Noite de regressos


Em noite de regressos de Nélson e Celestino a Alvalade (merecia melhor sorte o nosso ex-sub-capitão) e de Pedro Silva ao activo, o Sporting regressou também ao nível exibicional a que já nos acostumou esta época, ao nível interno, cumprindo apenas os serviços mínimos, depois da exibição de encher o olho da passada quarta-feira.

O que não impede que os tais serviços mínimos não tenham sido mais do que suficientes para construir um resultado confortável, frente a um Estrela da Amadora que teve o azar de sofrer um golo (e que golo!) praticamente no primeiro remate efectuado pelo Sporting, de ver a sua equipa reduzida a dez ainda antes do intervalo e a nove aos 55 minutos e de ainda ver o guarda-redes suplente, Pedro Alves de seu nome, dar um autêntico brinde que Liedson não enjeitou, aproveitando a oportunidade para regressar aos golos passados 9 (nove!) jogos sobre o último golo marcado para o campeonato.

Ou seja, com o jogo perfeitamente controlado desde muito cedo, e tendo em consideração que a equipa vinha de um jogo a meio da semana e terá novo jogo daqui a 4 dias, compreende-se que, independentemente da vontade do público que se deslocou a Alvalade em noite de temporal, se tenham poupado esforços para o jogo da Taça UEFA.

Pelo meio, ainda houve tempo para mais um regresso: o do fantasma dos pénaltis não convertidos. A percentagem de conversão de pontapés da marca de grande penalidade pelo Sporting, ao longo da presente temporada anda na casa dos 50% e só Polga, à sua conta, falhou duas das três oportunidades de que dispôs.

Não sei se o Sporting terá algum especialista na marcação deste tipo de pontapés (embora o avô de Grimi já tenha vindo a público dizer que o neto tem jeito; é caso para dizer: se o meu avô não gostar de mim, quem gostará?). Não sei sequer se, à falta de um especialista, Polga será o mais talhado para a função. Isso caberá a Paulo Bento aquilatar e decidir. Aquilo que sei é que, seja ou não seja especialista, seja ou não seja a escolha mais indicada do treinador, Polga é profissional de futebol e, nessa medida, tem a obrigação e o dever de fazer melhor.

Em suma, a noite valeu pelo grande golo de João Moutinho que abriu o caminho para a vitória, dando ao Sporting a tranquilidade que tanto precisava entre dois compromissos europeus, e pelos 3 pontos que, para já, devolvem o Sporting ao 3º lugar do qual, ou muito me engano, ou já não sairá até final da temporada, nem que, para isso, "alguém" tenha de beneficiar de 2 pénaltis por jogo (e, diga-se a bem da justiça, tenha a arte de os converter).

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Quase perfeito


Definitivamente, temos um Sporting para consumo doméstico e outro, completamente transfigurado, para europeu ver.

Na última quarta-feira europeia, testemunhada ao vivo por um número de adeptos inferior àquele que a ocasião impunha e que o espectáculo haveria de justificar, o FC Basel ficou a conhecer todo o potencial da equipa do Sporting.

De Rui Patrício (o sucesso da eliminatória poderá ter passado mais pelas suas mãos numa única intervenção do que pelos pés de qualquer outro jogador) a Vukcevic (única possível excepção ao que acabei de referir), passando por Grimi, Romagnoli, Moutinho ou Liedson, pouco se poderá apontar à equipa do Sporting.

Para a noite do Sporting poder ser considerada perfeita, terá faltado apenas, na minha opinião, materializar em golos o domínio avassalador exercido sobre o adversário (e que poderia, neste momento, significar que o jogo da próxima semana serviria apenas para cumprir calendário), uma maior eficácia a nível defensivo em lances de bola parada e uma pontinha de inteligência a Vukcevic, para contrapor a todo o fulgor com que encara cada lance, e que podia ter sido o suficiente para que pudesse dar o seu contributo (tão importante) à equipa durante as próximas 3 semanas. Isso e um estádio cheio!

A juntar a tudo isto, soubemos, passadas cerca de 24 horas, que o Atlético de Madrid parte em desvantagem para a segunda mão da eliminatória frente ao Bolton, depois de ter perdido por 1-0 naquela cidade vizinha de Manchester, obra e graça de El Hadji Diouf.

Significa isto não só que Simão Sabrosa está mais longe (e espera-se que definitivamente afastado) de regressar a Alvalade, como também que o Sporting poderá ter pela frente, na próxima eliminatória, uma equipa teoricamente mais fácil.

Como bónus, teremos ainda a possibilidade de regressar à grande Manchester, por onde já passámos este ano e onde todos desejamos voltar no próximo dia 14 de Maio para disputar a final da Taça UEFA.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Estrelinha na Taça de Portugal

A proverbial falta de sorte do Sporting em matéria de sorteios tem andado arredada de Alvalade, nos tempos mais recentes, pelo menos no que diz respeito às provas nacionais.

Desta feita, para os quartos-de-final da Taça de Portugal, ditou hoje o sorteio que o Sporting defrontasse o Estrela da Amadora, no Estádio de Alvalade, no próximo dia 27 de Fevereiro.

Como curiosidade, temos o facto de Pedro Celestino regressar a Alvalade, tal como eu ainda há uns dias antecipei, de forma quase profética. O que não tinha previsto era que fosse com outras cores...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Orgulho leonino


Na semana em que, com bufos ou sem bufos, o Sporting lá conseguiu garantir a passagem aos quartos-de-final da Taça de Portugal, com uma vitória caseira sobre o Marítimo, no jogo que assinalou a estreia de Grimi com a camisola do Sporting (ainda por cima em plano de evidência), é outra a modalidade que, hoje como sempre, nos enche de orgulho. Falo, obviamente, de atletismo.

As equipas masculinas e femininas de atletismo do Sporting conquistaram, respectivamente, os 13º e 14º títulos consecutivos nos Campeonatos Nacionais de Clubes em Pista Coberta, que decorreram nos passados dias 2 e 3 de Fevereiro em Espinho.

Já este fim-de-semana, no Meeting Internacional de Valência, Naide Gomes, atleta do Sporting e campeã europeia em título, bateu o recorde nacional do salto em comprimento em pista coberta, com 6,90m, segunda melhor marca mundial do ano, que lhe garantiu a vitória na prova.

Na mesma prova e no sector masculino, Marco Fortes, também ele atleta do Sporting, bateu o recorde nacional do lançamento do peso com um arremesso a 20,08m, tornando-se assim no primeiro lançador de peso português a ultrapassar a marca dos 20 metros e alcançando os mínimos não só para o Campeonato do Mundo de Pista Coberta, que terão lugar precisamente em Valência, mas também para os Jogos Olímpicos de Pequim.


Faço questão de aqui fazer eco destes feitos, não só pelo seu significado intrínseco, mas também porque, como sempre, a maioria dos auto-intitulados órgãos de informação desportiva fez praticamente tábua rasa dos mesmos.

Bem sei que não estamos a falar de modalidades e/ou especialidades com a projecção do triatlo, do judo ou do triplo salto, modalidades essas que, como todos sabemos, arrastam por esse mundo fora verdadeiras hordas de fanáticos, rivalizando em termos de mediatismo apenas com desportos como o badminton, a natação sincronizada ou, eventualmente, o bilhar às três tabelas, mas ainda assim parecem-me estes feitos dignos de algum tipo de destaque.

Mas esta não é a única razão que me leva a evocá-los. Faço-o também para assinalar uma efeméride. Comemora hoje o seu 87º aniversário aquele sem o qual nada disto seria possível, uma das figuras mais proeminentes e consensuais da nossa história centenária, actual sócio nº2 do Sporting Clube de Portugal, o Senhor Atletismo, Professor Mário Moniz Pereira.

Sendo assim, caro Professor, muitos parabéns pelo dia de hoje e muito obrigado por todos os anteriores!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O exemplo que não vem de cima


No rescaldo da quarta derrota da época da equipa de Paulo Bento para o campeonato nacional, desta feita no Restelo frente a um bem organizado Belenenses, Soares Franco desceu ao balneário para dirigir algumas palavras de incentivo aos jogadores. Se, à partida, este acto poderia parecer, isoladamente, uma sensata medida de gestão dos recursos humanos não deixam de me “fazer espécie” algumas questões.

Em primeiro lugar, e correndo o risco de estar a dizer um grande disparate, a SAD do Sporting não tem, na sua estrutura, um Vice-Presidente para o futebol e um Director Desportivo, reconhecidamente mais experientes nas matérias da bola e que, como tal, deveriam estar mais habilitados a prestar-se a este papel?

Mas dando de barato o mutismo daqueles dois dirigentes, pergunto-me quais terão sido as palavras de Soares Franco? A que argumentos terá apelado no sentido de motivar os jogadores para que não voltem a repetir-se os recentes maus resultados, tendo presente que o jogo de amanhã, frente ao Marítimo, para a Taça de Portugal, é absolutamente decisivo para salvar a época desportiva (e, eventualmente, o futuro de Paulo Bento como treinador do Sporting)?

Ao profissionalismo e dedicação à causa? Ter-lhes-á pedido o esforço sobre-humano de dedicarem mais de uma hora por dia ao clube que representam para poderem estar ao seu melhor nível no apronto de Sábado? Que, uma vez sem exemplo, releguem as suas restantes prioridades (que também as têm, embora não forçosamente no sector da construção) para um plano secundário e se dediquem de alma e coração ao Sporting?

Ou, por falar em coração, terá apelado ao seu amor à camisola, à sua vontade de ser dignos representantes das nossas cores, honrar os pergaminhos e o historial do clube, deixar a pele em campo, movidos apenas e somente pelo imenso orgulho e honra de representarem o melhor clube de Portugal e um dos melhores do Mundo?

Talvez até lhes tenha prometido, como recompensa, um lugar na galeria dos notáveis que se distinguem não só pelo seu desempenho profissional ao serviço do Sporting, mas também pela dedicação e amor ao clube que, como todos sabemos, é a barra dos tribunais, sejam eles do Trabalho ou da Relação.

Poderá ainda ter argumentado com um apelo ao espírito de entreajuda e solidariedade que deve ser característico de qualquer equipa e que contribui normalmente de forma decisiva para a obtenção dos resultados a que a mesma se propõe. Poderá estar aqui encontrada a resposta para o facto de esta palestra não ter sido ministrada por Pedro Barbosa ou Miguel Ribeiro Teles.

Qualquer que tenha sido a lógica argumentativa do nosso Presidente, atendendo à verve que todos lhe reconhecemos e ao exemplo que transmite de dedicação e amor ao clube, espero sinceramente que a atitude da equipa amanhã não esteja exclusivamente alicerçada nas palavras que terá ouvido hoje.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Sporting na final da Taça da Liga


O Sporting apurou-se esta quarta-feira, com brio, para a final da primeira edição da Taça da Liga (vulgo Carslberg Cup), a realizar no Estádio do Algarve, no próximo dia 22 de Março, onde irá ter por adversário o Vitória de Setúbal.

O apuramento foi alcançado com uma vitória confortável sobre o Penafiel (3-1 com dois golos de Izmailov e um de Romagnoli), na última jornada da fase de grupos da prova, numa noite também positivamente marcada pelo regresso de Pedro Silva às convocatórias após prolongada lesão, pela estreia de Tiuí no banco de suplentes, pelo facto de Celsinho ter, pela primeira vez, completado 45 minutos de jogo (com uma exibição bastante razoável) ou, ainda, pela comemoração de mais um aniversário do roupeiro mais famoso do mundo – o nosso querido Paulinho.

E tudo podia ter ficado por aqui na noite da passada quarta-feira. Infelizmente, para infortúnio do Sporting, e à força de haver quem goste mais de ser parte do problema do que da solução, não foi isso que aconteceu.

Mas isto foi o que se passou de relevante: o Sporting, tal como o Vitória de Setúbal, e ao contrário de outros (30 outros, para ser mais preciso), está apurado para a final da primeira edição da Taça da Liga. E espera-se que a ganhe.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Rui Patrício na Selecção


É sempre com uma pontinha mal disfarçada de orgulho que vejo um jogador formado no Sporting ser chamado pela primeira vez à nossa Selecção principal. Se esse jogador, além de ter sido formado no Sporting, ainda representar as nossas cores, aí nem sequer me esforço em tentar disfarçar esse orgulho.

É por todos reconhecido a Rui Patrício um grande potencial, embora a questão da sua titularidade na equipa do Sporting nem sempre seja tão unânime. Confesso que também a mim me faz alguma confusão que um plantel seja planeado de forma a deixar um destes jogadores – Rui Patrício ou Stojkovic – no banco de suplentes. Ambos são jovens, necessitando da rodagem que lhes permita progredir e aperfeiçoar as qualidades que têm.

Haverá argumentos a favor de um e de outro. Se Rui Patrício tem a seu favor o facto de ser prata da casa e de, nessa medida, estar mais identificado com a mística leonina, Stojkovic apresenta argumentos como a maior experiência que foi adquirindo, nomeadamente ao serviço da respectiva selecção.

Mas importante, neste momento, é reconhecer a justiça desta convocatória que é, afinal de contas, um justo prémio para o trabalho até aqui realizado por Rui Patrício e como que uma compensação pelo infortúnio que o tem acompanhado em certas ocasiões. Parabéns também a Paulo Bento, por ter tido a coragem de apostar nele.

Leandro Grimi


Está, finalmente, confirmada a contratação pelo Sporting de Leandro Grimi, lateral-esquerdo argentino de 22 anos, por empréstimo do AC Milan até final da época 2007/2008. A contratação que esteve perto de acontecer no Verão passado acontece agora, depois de uma breve passagem do jogador pelo Siena, clube da Serie A italiana.

A apresentação do jogador teve lugar ontem em Alvalade, tendo-se ficado a saber que Grimi irá envergar a camisola com o número 18, anteriormente vestida por Nani. Pode ser que me engane, mas a avaliar pelo curriculum do rapaz, eu diria que temos reforço. Quanto mais não seja, pela (falta de) qualidade dos concorrentes ao lugar. Boa sorte para ele!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Noite feliz


Escrevi, a propósito do Boavista x Sporting (como poderia ter escrito a propósito de tantos outros) que há noites assim. No caso particular do Sporting, talvez haja mesmo demasiadas noites assim, como aquelas.

Mas ontem não foi uma dessas noites. Ontem, a noite esteve estrelada para os lados de Alvalade. Num bom jogo de futebol, o Sporting conseguiu, muito cedo, concretizar as poucas oportunidades que teve e capitalizar na vantagem obtida, contagiando as bancadas do estádio de uma tranquilidade e um ambiente de festa como há algum tempo não se via por aquelas bandas.

A superioridade da equipa do FC Porto foi, a espaços, incontestável, tal como a mais-valia que representam, quer para aquela equipa, quer para o próprio campeonato, a presença de jogadores como Lisandro Lopez ou Lucho Gonzalez. Não é por acaso que lidera o campeonato com a vantagem confortável de que (ainda) dispõe.

Quanto à equipa do Sporting, apresentou-se mais personalizada, disciplinada e batalhadora do que tem sido costume, como se impunha. Mas não é só contra FC Porto, Manchester Utd. ou AS Roma que tal se impõe. É bom mas não chega. Dá para fazer boas figuras na Liga dos Campeões e para ir ganhando umas Taças, mas não chega manifestamente para ganhar campeonatos.

Alguns destaques na noite de ontem:

BRUNO PEREIRINHA


Quando todos esperavam que do confronto entre Bruno Pereirinha e Ricardo Quaresma pudesse sair a resposta para o desfecho do encontro… saiu mesmo! Mas, contra todas as expectativas, o vencedor claro desse confronto individual foi o jovem médio adaptado a lateral-direito. Uma das melhores exibições da noite, senão mesmo a melhor!

Esteve quase inatacável no capítulo defensivo, quer na cobertura do seu flanco quer ainda nas dobras aos seus companheiros de sector, sempre que a isso foi chamado. Arranjou ainda tempo e fôlego para subir no terreno, tendo tido intervenção directa no segundo golo do Sporting.
Comentei antes do jogo com um adepto do FC Porto (que, não fosse a vergonha que me tolhe, até confessaria tratar-se do meu próprio irmão) que a ausência de Abel poderia ser determinante, dada a sua influência na equipa e o facto de se tratar, na minha opinião, de um dos dois melhores laterais direitos a actuar em Portugal neste momento (sendo o outro José Bosingwa).

A minha opinião logo mereceu um comentário jocoso por parte do meu interlocutor, por entender que seria muito lisonjeiro para Abel ser incluído no mesmo saco de Bosingwa. Mal acabou o jogo, e depois de assistir à exibição de Pereirinha, fiz questão de emendar a mão, dando razão ao tal senhor: Abel não é, de facto, um dos dois melhores laterais direitos a actuar entre nós; é, isso sim, um dos três melhores!

VUKCEVIC / IZMAILOV


Juntamente com Pereirinha, serão os inevitáveis candidatos a melhores jogadores em campo com a camisola do Sporting. Estiveram ambos nos dois golos que selaram a vitória sobre o actual e mais que provável futuro campeão nacional.

Izmailov evidenciou-se em bem melhor plano do que vem fazendo nos últimos jogos, como que impelido por uma qualquer vocação para sobressair quando tem por adversário o FC Porto. Chegou a ser determinante na forma como ajudou Ronny a “secar” Bosingwa, habitualmente um dos elementos mais influentes do plantel portista.

Quanto a Vukcevic, à falta de Derlei, é mesmo o parceiro certo para Liedson na frente de ataque, quer pela diferença de valia que o separa dos restantes concorrentes ao lugar, quer pelo estilo de jogo que se adapta bem ao futebol do avançado brasileiro. Tem sido determinante (talvez mesmo o melhor jogador do Sporting) de há umas semanas a esta parte e ontem voltou a sê-lo.

Começam a faltar palavras para descrever a sua influência na equipa. Dá gosto vê-lo colocar em campo toda a sua raça, seja na forma como, juntamente com Liedson, é o primeiro a defender, seja pela forma como não desiste de um lance, evitando a queda fácil após contacto com oponentes directos, seja ainda pela forma como festeja os golos nos braços dos adeptos, factos que contribuem para que seja um dos jogadores em relação ao qual o público sente mais empatia actualmente.


Não me lembro, nos últimos anos, de um jogador que não fosse Liedson que, nesta altura do campeonato, liderasse a lista dos melhores marcadores leoninos.

Por uma questão de justiça, uma nota apenas para lembrar os mais distraídos que, se a memória não me falha, a contratação de ambos os jogadores tem a chancela do desditoso Carlos Freitas.

RUI PATRÍCIO

Uma das melhores exibições de um guarda-redes adversário a que tive oportunidade de assistir este ano em Alvalade foi a de Van der Sar, por ocasião do jogo que opôs o Sporting ao Manchester United, a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões.

Tanto quanto as três ou quatro defesas impossíveis que fez, impressionou-me a segurança, a simplicidade com que transformava lances perigosos em lances aparentemente fáceis, a facilidade com que encaixava à primeira potentes disparos adversários.

Salvas as devidas diferenças, ontem vi isso em Rui Patrício. Haverá (há de certeza) outros aspectos em que levará desvantagem em relação ao seu concorrente pelo lugar, mas neste aspecto revela muito maior segurança.

DEFESA

Nem só de coisas boas foi feito o jogo de ontem e só por manifesta falta de pontaria dos adversários e alguma sorte, o Sporting saiu ontem de Alvalade com as suas redes invioladas.

Sempre que há um livre lateral ou um pontapé de canto contra o Sporting, é um verdadeiro “Deus nos acuda”! A quantidade de vezes que os jogadores do FC Porto fugiram à marcação e apareceram isolados em frente a Rui Patrício não se coaduna com as ambições de uma equipa que se diz (ou dizia) candidata a tudo e mais umas botas. E nem o “patrão” Anderson Polga está isento de culpas nesta matéria.

JESUALDO FERREIRA

Tenho uma embirração especial com este senhor. E, na minha opinião, ele faz por merecer que eu acalente este sentimento que nutro por ele. É tão pouco digno na derrota (como foi o caso ontem) como na vitória (como pudemos ver no final da época passada, após a conquista do campeonato para as suas cores).

Também em matéria de competência técnica deixa muito a desejar. Nada justifica que o treinador da equipa que é líder incontestada do campeonato, dispondo à partida para este jogo de um avanço de 14 pontos face ao seu adversário directo, altere por completo o esquema táctico, com os resultados que todos pudemos ver. A não ser, talvez, um temor reverencial em relação ao Sporting… facto que eu saúdo!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

The Beautiful Game

Alguém, um dia, se lembrou de chamar ao futebol “the beautiful game”. Não sei quem foi o peregrino, embora a autoria da expressão seja atribuída por alguns ao Rei Pelé, numa sua autobiografia datada de 1977.

Seja quem for o autor, irá por certo repensar o seu sentido estético se se der ao trabalho de, na madrugada de hoje para amanhã (a partir das 2h30) se sentar confortavelmente em frente à televisão para assistir à final feminina do Open da Austrália em ténis, primeiro torneio do Grand Slam da temporada, entre a russa Maria Sharapova e a sérvia Ana Ivanovic.

Mas como uma imagem vale mais do que mil palavras, aqui vos deixo muitas imagens…

Miguel Bundoso


Não nutro especial simpatia por Luís Filipe Scolari. Ao contrário da maior parte das pessoas, atribuo-lhe não tanto o mérito de termos atingido uma final de um campeonato da Europa, mas mais as culpas por não o termos ganho, tendo a seu favor uma conjugação de condições que muito dificilmente se voltarão a repetir ao longo das próximas décadas.

Também o Sporting em muito pouco tem beneficiado com a passagem do “xerifão” pelo comando da equipa técnica que dirige os destinos da nossa Selecção. Lembro-me, por exemplo, que se não tivesse sido Scolari a inventar as convocatórias de jogadores risíveis como João Alves e Luís Loureiro, dificilmente o Sporting alguma vez os teria contratado (para que fique claro, ressalvo que lhe condeno apenas o contributo indirecto que deu, na medida em que a culpa, essa, vai obviamente inteirinha para quem, no Sporting, terá tomado a decisão).

Mas eis senão quando Scolari surpreende e resolve dar aquilo que espero seja um importante contributo para a segunda metade da época do Sporting ao dizer que quem “anda a jogar com 2 e 3 quilos acima do peso, bunda grande, menos preocupado com o futebol e mais com a noite, desfiles e moda” vai ter de fazer pela vida se quiser constar da lista dos eleitos que irá representar Portugal no Euro-2008.

Assumindo que sei de quem é que ele está a falar (só lhe faltou apontar com o dedo, como faz na fotografia acima), o que eu desejo é que aquelas palavras não caiam em saco roto e o Sporting possa contar com mais um reforço, depois de Derlei, vindo directamente do próprio plantel. Que importante que isso seria para as poucas e dispersas aspirações que ainda nos restam!

Bravo(s)!


O Sporting deu, na passada 4ª feira, um importante passo rumo à final da Taça da Liga, vulgo Carlsberg Cup (meu modesto contributo para publicitar a marca do principal patrocinador da prova, como forma de os compensar do rombo que deve ter representado a eliminação prematura dos outros dois tradicionais candidatos à disputa da conquista dos troféus nacionais).

Numa exibição suficiente se tivermos em conta a valia do adversário, não queria deixar de destacar o papel de João Moutinho – aquele que é cada vez mais um digno sucessor de outros que, antes dele, envergaram aquela braçadeira.

Desempenhou papel importante na manobra ofensiva da equipa, sem nunca descurar, com grande rigor táctico, a retaguarda, fazendo as devidas compensações quer às intermitências defensivas de Pereirinha (em bom plano ao nível atacante), quer as já costumeiras imobilidade e displicência de Miguel Veloso.

Mas o meu principal destaque vai para os 6.436 bravos que, tal como eu, fizeram questão de marcar presença em Alvalade e acompanhar a equipa in loco, prestando-lhe o seu apoio e dando prova do seu incondicional amor ao clube. Bravo!

É nestes momentos que não consigo deixar de recordar com alguma emoção aquela espontânea e – achava eu, ingenuamente – sentida manifestação de fervor clubístico de todos quantos preenchiam as bancadas do nosso estádio na última jornada da temporada passada, por ocasião do jogo contra o Belenenses.

Confrontadas com a perda do título para o FC Porto, milhares de vozes se juntaram nessa altura para cantar “Até Morrer Sporting Allez!”. E, pelo que me é dado a ver hoje, uma boa mão cheia dessas pessoas terá mesmo sentido, como eu senti, aquilo que cantou. Os outros, tanto se lhes faz como se lhes fez que se estivesse a cantar “Até Morrer Sporting Allez!” ou o “Atirei o Pau ao Gato”.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Regresso ao activo

Incompatibilidades várias (entre a Vodafone Connect Box e o Windows Vista, entre a PC Clinic e a Vodafone, entre o meu laptop e o Quick Play e entre mim e todos os anteriores) impediram-me de, durante a última semana, me dedicar à actividade bloguística, seja ela sob a forma de leitura ou de escrita.

Confesso que para isso também contribuiu alguma sobrecarga de trabalho. Mas confesso-o de consciência tranquila. Afinal de contas, eu não sou presidente do clube. Como tal, posso muito bem dar-me ao luxo de permitir que os afazeres profissionais se intrometam, ainda que muito esporadicamente, entre mim e o Sporting ou, para ser mais concreto, entre mim e o meu blogue – uma das muitas expressões do meu amor pelo Sporting.

Mas não queria deixar de comentar alguns factos da realidade leonina ocorridos ao longo dos últimos dias. E foram muitos. Que aqui ficam resumidos para memória futura.

TIUÍ

Para juntar ao Levezinho, ao Baixinho e a outros que tais, o Sporting contratou um jogador com nome de passarinho. Dizem os entendidos que poderá encaixar no estilo de jogo de Liedson. Dizem os adeptos dos clubes por onde passou que encaixava melhor numa qualquer outra profissão. Digo eu que aguardo para ver, desejando-lhe, obviamente, toda a sorte do mundo ao serviço do Sporting.

TAÇA DE PORTUGAL

Na Taça de Portugal, o Sporting ultrapassou com a facilidade que seria expectável mais uma equipa algarvia, tendo ficado a conhecer o adversário da ronda seguinte – o Marítimo – que, e espero estar enganado, não se adivinha pêra doce.

No que diz respeito ao jogo com o Lagoa, não queria deixar de destacar alguns aspectos. Desde logo, merece destaque, por ser novidade, que Farnerud se evidenciou pela positiva. Não percebo como é que um jogador que trata tão bem a bola, que sai dos seus pés quase sempre tão redondinha (passe o "futebolês"), não tem rendido mais.

Por outro lado, gostaria também de salientar que, tanto quanto me foi dado a ver, continua a demanda da direcção do Sporting no sentido de restringir ao máximo a sua folha de despesas, facto que saúdo. Consta que, nesse dia, terão poupado para cima de uma centena de euros em despesas com pessoal de bilheteiras, enquanto centenas de pessoas (entre as quais me incluo) aguardavam paciente e ordeiramente a sua vez para comprar o seu ingresso.

Por último, ainda a propósito do jogo dos dezasseis-avos de final da Taça e da vergonhosa assistência registada nesse dia em Alvalade, gostaria de recomendar a leitura da crónica hoje publicada no Record online por Luís Avelãs e que versa sobre o tema da paixão dos portugueses pelo futebol em geral e pelo seu clube em particular ou, mais precisamente, sobre a falta dela.

Ora são os bilhetes que são caros (neste jogo em concreto custavam 5 euros para sócios), ora são os jogos que são à noite (este começou às 17 horas), ora é o futebol praticado que não é bom (4 golos marcados não envergonha ninguém), ora é isto, ora é aquilo. Não percebo. Salvo casos (muito) excepcionais, ou se gosta de bola em geral e do Sporting em concreto, ou não se gosta. O resto, para mim, é conversa fiada.

PROMESSAS

O Sporting acordou com Paços de Ferreira e Estrela da Amadora, ambas equipas da Primeira Liga, os empréstimos, até ao final da presente temporada de Fábio Paim e Pedro Celestino, respectivamente, jogadores que representaram, durante a primeira metade da época, com relativo sucesso, equipas do escalão inferior (Liga Vitalis) – o Trofense e o Estoril Praia, respectivamente.

Celestino foi há poucas semanas eleito pelos treinadores das equipas que militam na Liga Vitalis como o mais valioso jovem jogador daquele escalão, numa decisão quase unânime (12 votos em 15 possíveis, tendo outros dois votos sido atribuídos a Fábio Paim, outro a Carlos Saleiro – ou vice-versa, não posso assegurar – e um último a um jogador cujo nome não me vem à memória e que pouco interessa para o caso já que era o único dos quatro a não ter tido o privilégio de ser formado no Sporting).

Já Fábio Paim é há muito apontado como digno sucessor dos vários talentos que foram, ao longo dos últimos anos, sendo formados pelo Sporting, tendo também sido eleito numa votação online efectuada pelos adeptos do Trofense (ou assim se supõe) como o melhor jogador da equipa que representou e que ocupa nem mais nem menos do que o primeiro lugar da Liga Vitalis.

Esperemos que estes sejam bons indicadores do que há-de vir e que a opção tomada de os fazer rodar em clubes mais competitivos possa dar os seus frutos. Quem sabe não serão estes os senhores que se seguem.

LOTEAMENTO

Passados 25 anos sobre o início da saga, iniciada em 1983 com a celebração, entre o Sporting e a CML, de um protocolo que visava a cedência de terrenos do clube para o interface do Campo Grande, e 8 anos volvidos sobre a aprovação, em sede de PDM, da construção de 109 mil metros quadrados na zona do antigo estádio, eis que, finalmente, a Assembleia Municipal aprovou o projecto de loteamento dos terrenos, permitindo dessa forma ao Sporting realizar um encaixe de cerca de 27,5 milhões de euros.

A boa notícia é que, para que tal acontecesse, o presidente do Sporting, Dr. Filipe Soares Franco, não teve de perder a compostura, rodar a baiana ou sequer pôr em causa os elevados princípios de educação e civismo nos quais foi educado.

A má notícia é que fica provado, como se de mais provas precisássemos, que enquanto o nosso número de adeptos não representar mais de metade do número de eleitores (seja ele medido em termos nacionais ou autárquico), havemos sempre de ser o parente pobre das decisões político-partidárias. Até ao dia em que alguém, sem perder a compostura ou pôr em causa princípios superiores, se dê ao respeito. Ou melhor, garanta ao Sporting, por parte das entidades públicas, o respeito que lhe é devido.

TAÇA DA LIGA

É já daqui a menos de duas horas que começa o segundo jogo da fase de grupos da Taça da Liga, em Alvalade, frente ao Beira-Mar. Pelo que, não vá a política de contenção de custos ter conhecido o seu fim com o desembrulhar do processo com a CML, já vai sendo tempo de eu me pôr a caminho, não vá a espera para compra de bilhete voltar a durar 40 longos minutos. Quanto ao resultado, por mim até pode repetir-se o do fim-de-semana passado.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Capitais

É de todos conhecida a dificuldade do Sporting, durante o consulado de Paulo Bento, na concretização de lances capitais.

Aquilo que alguns poderão não ter reparado é que a equipa do Sporting perdeu pontos em todas as capitais de distrito que visitou esta época (Porto, Lisboa, Braga e Coimbra), pontos esses que, a terem sido conquistados, permitiriam ao Sporting ocupar a liderança destacada do campeonato.

Isto tudo para dizer que, tal como eu suspeitava, fica provado que o Sporting se debate com um sério problema de… capitais!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Tiro pela culatra


Caro espectador, se tem noção do ridículo, não volte a levar cartazes para o estádio!!!

(ou, pelo menos, certifique-se antes de que está ao corrente das preferências clubísiticas do nosso treinador)

Já vi pior... e a pagar!


Vimos ontem o melhor Sporting deste ano, o que, não sendo muito, já é qualquer coisa. Pelo menos para quem, além de gostar muito do Sporting, também gostar um bocadinho de futebol.

LIEDSON, JOÃO MOUTINHO e o SISTEMA

Já tinha anteriormente dito que mais do que a qualidade (ou falta dela) dos reforços, existia, na minha opinião, um outro aspecto melhor ajudava a explicar o actual momento da equipa do Sporting: a queda vertiginosa de forma de jogadores que, na época passada, tinham sido determinantes como sejam Miguel Veloso, Romagnoli, João Moutinho e Liedson.

Ontem, em Coimbra, estes dois últimos exibiram-se a um nível um pouco mais elevado do que vem sendo hábito no passado recente e o resultado foi uma exibição colectiva muito mais conseguida.

Penso também que à melhoria do nível exibicional destes dois jogadores não é alheia a mudança do sistema táctico utilizado por Paulo Bento. Liedson rende mais se actuar sozinho na frente (como fez ontem) do que quando tem a seu lado um avançado com as características particulares e bastante semelhantes entre si de Purovic e Paez.

João Moutinho, sendo um belíssimo jogador para o Sporting, não é nem nunca foi capaz de, sozinho, jogar e fazer jogar, rendendo tanto mais quanto maior seja o apoio que encontra a seu lado, seja ele medido em termos de qualidade dos seus parceiros ou em número de jogadores que o acompanham na zona intermédia do terreno.

Foi particularmente notória a quebra de João Moutinho da primeira para a segunda época de sénior, em que deixou de ter Rochemback a seu lado, foi-o também da época passada para a presente temporada, em que deixou de contar completamente com Nani e Carlos Martins e parcialmente com Miguel Veloso e Romagnoli. Ontem, fruto do sistema utilizado, actuou bastante mais apoiado e o resultado foi outro (para quem tenha ficado com a dúvida se eu terei visto o jogo até ao fim, esclareço que estou a falar de resultado em termos de nível exibicional).

ILUSÕES

Paulo Bento assumiu ontem, julgo que pela primeira vez, que o Sporting está fora da luta pelo título. Sou um admirador confesso da frontalidade, honestidade e carácter de Paulo Bento (que não é a mesma coisa que dizer que sou admirador confesso das suas capacidades técnicas).

Muitos há que se recusam a largar mão das suas ilusões e repudiam que se fale em “segundos objectivos” e defendem soluções milagrosas e, na maior parte dos casos, meramente ilusórias (já para não dizer bastante onerosas) como a contratação a peso durante a reabertura do mercado em Janeiro, a promoção à equipa principal de mais jovens (Paez tem sido o paradigma das consequências que pode ter queimar etapas na formação de um jogador) ou as chicotadas psicológicas.

Não acredito nesse género de soluções. Acho que se trataria, apenas e somente, de tapar o sol com a peneira. Os problemas com que o Sporting se confronta ultrapassam em muito estes aspectos, pelo que mandaria o bom senso que os mesmos não consumissem mais recursos (nomeadamente, tempo – de que o presidente da OPCA e do Sporting, em part-time, não dispõe em abundância – e dinheiro – que também não nasce nas árvores) que poderão ser tão melhor aproveitados na resolução das questões de fundo.

MIGUEL VELOSO

Miguel Veloso continua uma sombra daquilo que já foi, mas que não caiamos na tentação de pensar que é o único culpado de tudo o que de mau acontece. Ainda ontem ficou intimamente ligado ao lance do golo academista, ao ver um adversário antecipar-se-lhe em zona proibida. Mas também Polga tinha falhado numa primeira instância ao permitir o cabeceamento de um adversário ao primeiro poste e, tal como Pavlovic (autor do golo), outros dois jogadores da Académica surgiam livres de marcação na zona de finalização… e Miguel Veloso não chegava para eles todos.

IZMAILOV

Há coisas em futebol que, definitivamente, não percebo. Correndo o risco de estar sozinho nesta demanda, tanto quanto me é dado ver, Izmailov, excepção feita a um golo marcado ao FC Porto (que, por acaso, até valeu um título, diga-se em abono da justiça), não tem passado de um Farnerud com boa imprensa. Fraquinho, muito fraquinho.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Um zero!


Confrangedora a exibição do Sporting ontem em Setúbal, amorfa e apática a atitude da equipa (e do próprio Paulo Bento), desinspirados, desinteressados e, a espaços, até descontrolados os jogadores do Sporting. Foi isso o Sporting ontem. Em suma, um zero!

Existem alguns aspectos relativos ao jogo de ontem que gostaria de realçar.

PAULO BENTO

Paulo Bento teria tido ontem uma excelente oportunidade para aliviar alguma da carga negativa que ultimamente repousa sobre os ombros daqueles jogadores. Em vez disso, contribuiu, como a sua acção directa, para o acentuar dessa mesma carga. Eu explico.

A Taça da Liga é uma competição menor. Não tão menor quanto querem fazer dela os senhores do costume que prefeririam certamente que fosse dado mais destaque (como muitas vezes é) à prova do triplo salto do meeting de atletismo de Vila Nova da Rabona do que a esta competição mas, ainda assim, é uma competição menor, tal como o é também, por exemplo, a Supertaça.

Na actual fase desta competição, este era o jogo que menos interessava. Não só porque era aquele em que a equipa do Sporting teria de defrontar o adversário menos acessível desta fase da competição, mas também porque dos três jogos que decidirão o apuramento para a final da Taça da Liga, este era o único que o Sporting teria de disputar fora de casa e, portanto, aquele que reuniria, à partida menos hipóteses de ganhar (embora não deixasse por isso de ser o favorito).

Além disso, duas vitórias (que se antecipam relativamente fáceis) nos próximos dois jogos serão, à partida, suficientes para garantir a presença do Sporting na final da Taça da Liga, no dia 23 de Março, pelo que uma derrota no jogo de ontem no Bonfim não comprometeria em nada as legítimas aspirações do Sporting a vencer a primeira edição desta competição.

Paulo Bento sabia disto e sabia também que o actual momento da equipa está longe de ser o melhor (como o demonstram os resultados recentes) e que os últimos acontecimentos (nomeadamente, a demissão de Carlos Freitas) só poderiam contribuir para o acréscimo da intranquilidade da equipa, o que, à partida, tornaria ainda mais provável a ocorrência de novo desaire.

Embora soubesse disto, Paulo Bento decidiu enjeitar a excelente oportunidade que tinha para proteger os seus principais jogadores, remetendo-os para o banco de suplentes ou mesmo para fora da convocatória e colocando em campo os jogadores menos utilizados. Se este jogo era para perder (ou, dito de outra forma, podia ser perdido sem daí viesse grande mal ao Mundo), porque não dar rodagem a quem dela tanto precisa, protegendo simultaneamente de um eventual desaire jogadores cujo nível exibicional tanto tem sido afectado pela intranquilidade anímica que a equipa tem vindo a experimentar?

Este terá sido, quanto a mim, o primeiro erro de palmatória de Paulo Bento. Deixou que uma derrota que não belisca em nada as aspirações do Sporting afectasse negativamente o ânimo dos nossos melhores jogadores.

O segundo erro de Paulo Bento é recorrente e, quanto a mim, inexplicável: vendo-se a perder à passagem da meia-hora de jogo, muda tudo: jogadores, esquema táctico e o mais que houver para mudar. Isto, na minha opinião de leigo, não pode ser bom por um conjunto de razões que passarei a explicar.

O Sporting (ainda) é uma grande equipa que, à partida, entra em qualquer jogo para ganhar, com os jogadores dispostos em campo e a equipa organizada de forma a atingir esse objectivo. Se assim é, como é que tudo pode mudar ao cabo de meia-hora?

Se mudar tudo numa fase tão prematura do jogo traduz a ideia de Paulo Bento de, numa medida desesperada, “pôr a carne toda no assador”, então revela da parte do treinador uma total falta de confiança na capacidade de os seus jogadores porem em prática os ideias e conceitos que lhes terão sido passados ao longo de uma semana de trabalho. Porque eu acredito, embora possa estar errado, que aquilo que eles mais trabalham durante a semana é o plano principal e não o plano de contingência. Como é óbvio, essa falta de confiança passa “lá para dentro”, em nada contribuindo para o acréscimo de confiança dos jogadores numa reviravolta.

Mas, na óptica de Paulo Bento, essa mudança poderá corresponder não a uma medida de desespero mas sim ao reconhecimento de um erro, ou seja, Paulo Bento chega à conclusão (ao fim de apenas 30 minutos) que, afinal, preparou mal o jogo em questão, o modelo táctico, a disposição dos jogadores em campo. Se assim for, já são erros a mais. Pelo pouco que me vai sendo dado a conhecer de Paulo Bento, inclinar-me-ia mais para a primeira hipótese.

Esta atitude de Paulo Bento comporta ainda sérios riscos para a confiança dos jogadores que vão sendo sacrificados nessas substituições. Esses jogadores dividem-se normalmente em dois grupos: aqueles que não costumam ser titulares e a quem é dada uma oportunidade esporádica (veja-se, por exemplo, o caso de Pereirinha ontem) ou habituais titulares que são reconhecidamente os elos mais fracos daquela equipa (por exemplo, Ronny). Qualquer que seja o caso, a dita substituição não pode ter efeitos lá muito positivos na confiança desse jogador.

CARLOS FREITAS

Não jogou, é um facto. Mas, na minha opinião, também não jogaram (ou jogaram muito pouco) alguns dos mais influentes jogadores da equipa que, ou não foram contratados por ele, na medida em que vieram da escolas de formação (João Moutinho e Miguel Veloso, por exemplo) ou foram contratados por ele, já deram no passado provas do seu valor mas estão a atravessar momentos de forma muito maus (refiro-me concretamente a Romagnoli e Liedson). Estes que foram talvez os principais impulsionadores do Sporting na última metade da época passada.

Neste sentido, e independentemente do valor de cada um, parecer-me-ia complicado que os restantes jogadores trazidos para o Sporting por Carlos Freitas, no decurso do último defeso, pudessem explanar todo o seu valor (se é que alguns deles o têm), tal como me parecerá muito complicado integrar qualquer novo reforço, por bom que seja, nesta manta de retalhos em que está transformada a equipa do Sporting.

Não obstante o acima referido, até são fruto das malfadadas contratações de Carlos Freitas na presente época os dois jogadores do Sporting que se exibiram a melhor nível no jogo de ontem: Stojkovic e Vukcevic.

STOJKOVIC

Paulo Bento fica aqui com um problema bicudo para resolver: a escolha do titular das redes leoninas. Rui Patrício vinha ganhando o seu espaço, mas Stojkovic tirou ontem da manga uma exibição de encher o olho que contribuiu de forma decisiva para evitar males maiores.

Continuo sem perceber que estratégia é esta que determina que um destes jovens guarda-redes, aos quais tanto potencial é reconhecido, fique tapado pelo outro, sem oportunidade de jogar e, dessa forma, ganhar rotina numa posição na qual essa mesma rotina é tão importante.

Penso que só ganharíamos em que um deles pudesse rodar noutro clube. A verificar-se esse caso, penso que teria de ser Rui Patrício o sacrificado.

PUROVIC

Uma última palavra para Purovic. Lesionou-se aos 38 minutos de jogo e, de acordo com diagnóstico do médico Virgílio Teixeira, "está incapacitado para jogar". Aqui ficam os desejos de rápidas melhoras e que possa regressar rapidamente da condição de "incapacitado para jogar" por lesão para a condição de "incapacitado para jogar" por natureza.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Há jogos assim...


Há jogos assim. Jogos em que tudo sai bem ao adversário e em que nada corre bem ao Sporting. Jogos em que um senhor, algumas das vezes sozinho, resolve sair da penumbra em que sempre viveu, exorbitar todas as suas capacidades e rubricar uma exibição como aquela com que Peter Jehle nos presenteou ontem à noite.

Basta fazermos um pequeno esforço de memória para nos lembrarmos das noites em que Nandinho (Alverca), Mauro (Paços de Ferreira) ou Buba (Beira-Mar), entre tantos outros, resolveram mandar as leis das probabilidades às urtigas e, sozinhos, nos fizeram vergar.

Infelizmente, o Sporting não joga sozinho. Tem pela frente adversários com maior ou menor número de bons executantes, mais ou menos bem organizados, geralmente muito motivados sempre que lhes calha defrontar uma grande equipa como é a do Sporting. E, de vez em quando, dá nisto.

É futebol. Há jogos assim. Há noites assim. Noites em que uma equipa faz dois remates e marca dois golos. Noites em que, por muito que se ataque e se remate, há-de aparecer sempre um poste, um joelho adversário ou um guarda-redes que vai buscar uma bola que se julgava ter como único destino possível o fundo das redes.

Há jogos em que o Sporting, a bem da verdade, não merece a vitória. Jogos em que o adversário consente muito e o Sporting faz muito pouco. Não me pareceu que fosse esse o caso ontem. Faltou (não só, mas também) um pouco de sorte para que o Sporting pudesse ter saído do Bessa com um resultado favorável. Mas, às vezes, é assim. É futebol. É admissível que uma noite destas possa acontecer de quando em vez.

O que não é admissível é que noites destas ocorram com a frequência com que hoje em dia ocorrem. E que, além da sorte, venha faltando tanto mais ao Sporting e ao seu futebol. Isso já não é futebol. Isso já não é admissível. Ninguém está livre de que haja jogos assim, mas Deus nos livre de que voltem a repetir-se épocas assim!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Bom Ano Novo!


Como blogue democrático que é, o Visconde de Alvalade deseja que todos, sem excepção, possam neste novo ano de 2008 festejar a conquista do 19º título de Campeão Nacional e da 15ª Taça de Portugal da sua história.

Não vá o Diabo tecê-las e o Visconde de Alvalade contar, entre os seus 3 leitores, com adeptos do Beira-Mar, do Penafiel e/ou do Vitória de Setúbal, gostaria também de desejar a todos, com as únicas excepções destes últimos, a conquista da 1ª edição da Taça da Liga.

Por fim, e agora só mesmo aos adeptos do Sporting, o Visconde de Alvalade deseja um ano recheado de sucessos, aos mais diversos níveis, incluindo, claro, a conquista da Taça UEFA!

Bom Ano Novo!