segunda-feira, 17 de março de 2008

Toma!


Toma!”. Foi com esta expressão que João Moutinho festejou o espectacular golo que marcou esta noite ao Nacional, em Alvalade, o segundo dos quatro com que a equipa do Sporting brindou os insulares. É este o momento que a imagem acima documenta.

Mas toma o quê?”, perguntar-me-ão vocês. Toma lá a participação na jogada do primeiro golo da noite, toma lá a autoria de um golo de se lhe tirar o chapéu, toma lá uma assistência tão cheia de raça, como de oportunidade e perspicácia para o terceiro golo da equipa, toma ainda a autoria da jogada do golo (com uma grande penalidade sofrida pelo meio) com que o Sporting haveria de selar a contenda. Coisa pouca…

É este, para mim, o principal destaque de um jogo a cuja primeira parte não tive oportunidade de assistir in loco. Mas outros houve que não queria deixar passar sem a devida referência:

FARNERUD

Pura classe. Desenganem-se os mais distraídos: é mesmo de Pontus Farnerud, o mal-amado, que estou a falar. Já não é a primeira vez que o digo: é dos jogadores do actual plantel que melhor trata a bola e pena é que a esse talento natural não associe mais amiúde uma melhor atitude competitiva.

Não é a primeira vez que se evidencia pela positiva. Mas, por motivos vários, raramente lhe é dado o devido destaque quando o merece, servindo também não poucas vezes de bode expiatório para todos os males de que padece a equipa do Sporting. Porque é, provavelmente, o alvo mais fácil.

Hoje esteve em plano de grande evidência. Capitalizou na vitória folgada da equipa, não se escondeu do jogo (como muitas vezes é seu hábito), desinibiu-se e conseguiu aliar a classe que lhe reconheço a uma atitude menos displicente, tendo tido intervenção directa numa mão cheia de lances muito bem pensados e melhor executados.

Muito gostaria que este fosse o dínamo que o sueco precisava para se afirmar de vez. Paulo Bento sempre acreditou e lá terá os seus motivos. Eu também quero acreditar.

ARBITRAGEM

Está longe de ser o nosso maior problema (quanto mais não seja porque o problema não está em nós), mas não escondo que considero que se não fossem os senhores do apito, o Sporting estaria neste momento numa posição muito mais confortável para garantir o acesso directo à Liga dos Campeões.

Quatro pontos chegavam e seis pontos foram aqueles quantos nos foram deliberadamente extorquidos relativamente a um dos opositores directos, nos dois jogos que efectuámos em confronto directo. Nada de novo, mas não é menos verdade por causa disso.

Mas, a bem da justiça, para que não seja acusado de dualidade de critérios, e já que não me coíbo de apontar o dedo sempre que somos prejudicados (ou, pelo menos, sempre que isso acontece de forma mais evidente e aparentemente mais consciente e deliberada), quero aqui hoje dizer que o senhor Cosme Machado beneficiou o Sporting no jogo contra o Nacional. Por duas vezes.

Numa primeira, num lance em que Liedson é puxado por um adversário desde as imediações da grande área até já bem dentro desta. Dizem as novas leis do jogo que a falta deve ser assinalada no local onde termina e não onde começa, como era regra até há bem pouco tempo. Ora, o senhor Cosme Machado optou por fazer tábua rasa das novas regras, assinalando livre directo à entrada da área, transformando dessa forma um lance inofensivo do ponto de vista do Nacional (grande penalidade a favor do Sporting) num lance potencialmente perigoso para o nosso adversário. Errou, em nosso benefício.

Numa segunda vez, em que João Moutinho é derrubado no interior da grande área, o árbitro nada assinala e Yannick Djaló (seja bem regressado, mais assobio menos assobio) aproveitou para fazer o quarto golo do Sporting. Que eu saiba (mas posso estar enganado, se bem que no que toca ao conhecimento das regras, entre mim e a grande maioria dos árbitros portugueses, prefiro dar o benefício da dúvida a… mim próprio), ainda não foi alterada a lei que diz que os lances de grande penalidade devem ser sempre assinalados, independentemente de isso poder beneficiar o infractor. Mais uma vez, o Sporting foi beneficiado.

GRANDES PENALIDADES

Para acabar, no que diz respeito ao jogo de hoje, apenas um recado para Paulo Bento.

Tive a honra e o privilégio de, em tempos idos, disputar um jogo de futebol naquele mesmo relvado em que o Sporting hoje goleou o Nacional da Madeira. Por contingências várias, mais relacionadas com as preferências clubísticas do senhor do apito (como não podia deixar de ser) do que com a valia dos praticantes, o jogo terminou empatado, tendo sido necessário recorrer à marcação de grandes penalidades para encontrar um vencedor.

Chamado à responsabilidade, não hesitei… parti para a bola, fechei os olhos e chutei, só os reabrindo a tempo de a ver a redondinha beijar as malhas da baliza. Posso por isso dizer hoje, com uma dose mal disfarçada de orgulho, que daquele local de onde Romagnoli (tal como muitos outros antes dele) falhou, eu tenho uma percentagem de concretização de 100%.

Por isso, Mister… Paulo… Paulinho… sempre que precisares que eu venha em teu auxílio, já sabes… olha em frente, levanta ligeiramente a cabeça e acena, pisca o olho, assobia, o que quiseres, mas faz um sinal à pessoa que estiver sentada no Sector A26, Fila 29, Lugar 17, que eu prometo que, pela minha parte, não te deixo ficar mal!

6 comentários:

Visconde disse...

O Sporting conseguiu uma importante vitória sobre o Nacional, um jogo que estava complicado e que os leões resolveram com uma entrada a matar na 2ª metade da partida, tendo em apenas 3" resolvido o jogo. São 3 pontos importantes na luta pela Champions que permitiram igualar o Setúbal e recuperar pontos para o 2º lugar.
Foram 45" do melhor Sporting que já vimos esta época, num jogo marcado pelos golos de Liedson, pelo golaço de Moutinho, pelo regresso de Yannick à competição e a marcar e pelo desperdicio de mais uma (e vão 5 (!!!!!!)) grande penalidade.

SL

Anónimo disse...

Grande 2ª parte e a classe pura de Moutinho a funcionar.
Que faria este menino se jogasse no seu lugar ( nº 10 ).
Ai sim seria um caso sério e a equipa iria beneficiar muito , mais agora que corrigiu o seu ponto fraco , que era o remate , senão me engano leva já 5 golos esta época.
Concordo inteiramente contigo no que toca a Farnerud e digo que se lhe dessem uma hipotese iriam ver que é bom jogador e muito útil ao Sporting , gostei muito das palmas de recebeu quando entrou.
Destaque ainda para o incansável Liedson e para o incrivel Vuk.
Quanto aos arbitros eu já nem comento , tamanha é a sua incapacidade para a arte do apito.
Saudações Leoninas.

verdao(sl) disse...

Ora toma sim senhor, que há mais alguém no universo sportinguista que não bate por bater no sueco, mais pontus menos pontus.

Já agora pergunto: ficamos mais nervosos com penaltys a nosso favor ou contra?

SL

Virgílio disse...

Há, sim senhor!

E vem aqui mais um engrossar a lista daqueles que tb tem em boa conta Farnerud... e não casca na cabeça do sueco por tudo e por ...nada.

Mas, como o nosso João Moutinho é que não existe mais nenhum!! E no próximo sábado os leões não nos vão deixar ficar mal!

SL!

Cozinheiro Sueco disse...

Caro Visconde de Alvalade,

Em primeiro lugar, dizer que já tinha saudades dos teus excelentes posts.

Quanto ao jogo, o Moutinho dispensa elogios. Já o sueco esteve realmente bem, mostrando que pode, de facto, ser um jogador útil. Talvez agora tenha ganho a confiança necessária e talvez o deixem de assobiar. Volto também a destacar o Patrício. Belas intervenções. Só precisa que lhe demos confiança.

Quanto aos penaltys... posso garantir que quando voltar a ocorrer um em nosso benefício, vou gritar "Visconde! Visconde!..."

Abraço Leonino!

Carlos Lopes disse...

caro visconde.
Os meus parabens pelo seu blog.
Força.
Cada vez mais é necessário que a familia sportinguista tenha visibilidade
Saudações Leoninas