quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Justo prémio

O Sporting qualificou-se ontem para as meias-finais da Taça de Portugal, após derrotar o Estrela da Amadora, em Alvalade, por 1-0, com o único golo da partida a ser apontado já no período de descontos.

A atitude da equipa, ao longo de quase todo o encontro, foi a de esperar que a vitória e consequente passagem à eliminatória seguinte lhe caísse do céu.

Acabou por não cair do céu, mas de lá perto, muito perto. Mais precisamente da cabeça de Purovic. Claro que a cabeça de Purovic, pelo menos no que diz respeito à respectiva massa encefálica, pouca influência teve no desfecho daquele lance mas, ainda assim, teve o mérito de estar no sítio certo para, com a preciosa ajuda da Divina Providência, interceptar aquela (caram)bola e direccioná-la para o fundo das redes.

Por tudo o que se passou ontem em Alvalade, aquele golo traduziu-se num justo prémio, não tanto para a equipa, mas mais para os 7.475 indefectíveis espectadores que se deslocaram a Alvalade, e que não mereciam ter de assistir ao arrastar daquele triste espectáculo por mais 30 penosos minutos.

E por falar em espectadores, mais a Norte, o Estádio do Dragão registou a pior assistência da sua (curta) história, concretamente 12.117 espectadores. Isto num encontro marcado para as 18h30 de um dia de semana, contra uma equipa de um escalão secundário, em tarde chuvosa.

Sem grande esforço de memória, lembro-me de pelo menos 6 (seis!) jogos, só nos últimos 3 meses, em que a assistência de público em Alvalade foi inferior à pior assistência da história do Estádio do Dragão – Beira-Mar e Penafiel para a Taça da Liga e Louletano, Lagoa, Marítimo e Estrela da Amadora para a Taça de Portugal.

Conhecendo o espírito reivindicativo dos sócios e adeptos do meu Sporting, não pude evitar que, pelo menos outras tantas vezes, me viesse à memória o famoso discurso de John F. Kennedy em que, entre outras coisas, dizia: “Ask not what your country can do for you – ask what you can do for your country”.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Caso de polícia

De acordo com as últimas informações que chegaram ao conhecimento do Visconde de Alvalade, a tentativa de agressão a que o jornalista Rui Santos terá sido sujeito não passou, afinal, de um infeliz equívoco.

Consta que o autor moral daquele hediondo acto terá facultado aos autores materiais do mesmo um briefing do qual constava uma sumária descrição do indivíduo a agredir, redigida em jeito de charada para despistar eventuais investigações criminais que viessem a suceder o acto e que, nessa medida, sabe-se agora, haveria de induzir em erro os agressores.

Da referida descrição, que era omissa em relação ao nome do alvo das agressões, constavam as seguintes tiradas: "indivíduo que se diz sportinguista a quem nunca foi ouvido um comentário abonatório para com o respectivo clube", "goza de um mediatismo claramente desproporcionado quando comparado com a sua capacidade de articular ideias", "alterna amiúde os comentários ao quotidiano do Sporting com comentários ao quotidiano do clube do lado errado da 2ª circular", "existe um certo record que o trás ocupado" e, finalmente, "nunca dedica mais de uma hora seguida à actividade que o tornou conhecido das grandes massas".

O caso encontra-se ainda sob investigação das autoridades criminais, estando todos os esforços a ser desenvolvidos no sentido de apurar quem seria o real destinatário das agressões. O Visconde de Alvalade quer colaborar na resolução deste enigma, pelo que solicita a todos e agradece de antemão quaisquer informações, pistas ou indícios que possam ser facultados nesse sentido.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Orgulho de Pai

Como pai extremoso que sou (pelo menos, tenho-me nessa conta), levo muito a sério os meus deveres paternais. De entre todos, um dos que levo mais a sério é o de fomentar nos meus filhos o amor pelo Sporting, tentando, nesse sentido, aproveitar toda e qualquer oportunidade que me seja dada para dar testemunho do meu próprio sentimento em relação ao clube.

Uma das formas que encontrei para incentivar esse contacto próximo entre os meus filhos e o Sporting (dado que ainda não têm idade para me acompanhar ao estádio) é através da música, concretamente de um CD editado em 2002 pela Juventude Leonina, em que foi imortalizado um dos maiores êxitos musicais da história do nosso clube - "Só Eu Sei..." -, e do qual me faço normalmente acompanhar sempre que viajo de carro (sempre é uma excelente alternativa aos clássicos da Disney, entre outros que tais, de que a pequenada tanto gosta).

Assim, não demorou muito a que os meus filhos aprendessem a reconhecer as músicas que compõem aquele CD e a desenvolver as suas próprias preferências musicais. Rapidamente percebi que a música preferida do meu filho mais novo, rapagão com 2 anos acabados de completar, era a número 3 - "Cantaremos Só P'ra Ti" - que incentiva aos saltos e às palmas, actividades que lhe são caras.

Já para a minha filha, uma princesa com 3 anos e meio, mais madura e definitivamente mais sensível do que o irmão, a música preferida é a da faixa 5 - "Contigo em Toda a Parte" -, facto que, confesso, me causava alguma perplexidade, dado que, a páginas tantas, o cantor de serviço lá ia dizendo que "Isso que diz toda a gente / Que somos violentos e somos delinquentes / Não lhes faço caso, vou a todo o lado / Sou da Juve Leo, sou descontrolado", o que me causava algum desconforto quando o ouvia da boca da minha pequena princesa.

Ora, ontem, sensivelmente a meio da viagem que nos havia de trazer de Alcácer do Sal, onde tínhamos ido passar o fim de semana, a Lisboa, ao ouvir essa música, a minha filha, do nada, chamou-me e perguntou-me se eu sabia porque é que ela gostava tanto daquela música em concreto, ao que eu respondi que não. Acto contínuo, disse-me: "É porque a música diz 'Força, força Sporting / Contigo em toda a parte, eu te amo', e eu também amo o Sporting!".

Há momentos em que uma pessoa se questiona sobre o que anda a fazer na vida. Este, para mim, definitivamente, não foi um deles.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Resultado mentiroso

Qualquer pessoa que perceba minimamente de futebol sabe a importância de marcar primeiro. Qualquer pessoa que acompanhe o Sporting de Paulo Bento sabe bem que, estando a ganhar desde cedo, a equipa ganha outra tranquilidade e – todos os dados estatísticos apontam nesse sentido (como se o mero bom senso não fosse suficiente) – raras são as vezes em que deixa fugir essa vantagem.

Hoje, no Estádio do Bonfim, o Sporting marcou um golo limpo aos 4 minutos de jogo. O fiscal de linha que acompanhou o ataque do Sporting durante a primeira parte (não sei se era o mesmo que vê bolas baterem na mão quando efectivamente bateram na cabeça ou se outro qualquer com semelhante predisposição) tratou de levantar a bandeirola para assinalar um pretenso fora-de-jogo.

O árbitro (esse sim, sei que não era o mesmo que não liga à opinião dos seus auxiliares, por exemplo quando estes vêem um defesa da equipa adversária do Sporting colocar a bola à mão dentro da própria grande área e disso mesmo lhe dão indicação) não hesitou em aceder à indicação do seu auxiliar, invalidando um golo perfeitamente limpo ao Sporting.

O que fica para a história é o resultado. Porque a história é normalmente escrita pelos vencedores. E esses (dos mais directamente beneficiados por este resultado aos comentadores de serviço, passando pelos órgãos de informação desportiva), com toda a certeza, sobre este facto, não mais abrirão o seu “bico” (e nunca esta expressão foi tão adequada).

Não sei o que se teria passado caso aquele golo limpo tivesse sido validado. Sei que aquilo que se passou não se passaria com toda a certeza. Comentar o que se passou a seguir teria o mesmo interesse, do ponto de vista intelectual, que comentar as incidências de um combate de wrestling e a justiça do respectivo vencedor, pelo que me abstenho de o fazer.

À atenção do Professor Jesualdo: isto, sim, é um resultado mentiroso.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Próxima paragem: Bolton


O Sporting carimbou ontem, em Basileia, o passaporte para os oitavos-de-final da Taça UEFA. Com estilo. Com muito estilo. A equipa, ao contrário daquilo que vem sendo hábito aquém-fronteiras, actuou como um bloco, garantindo dessa forma uma vitória fácil para as nossas cores, por números expressivos (3-0 no jogo de ontem, 5-0 no cômputo geral da eliminatória). No meio desse bloco, houve ainda tempo e espaço para alguns destaques individuais.

RUI PATRÍCIO

Foi um autêntico gigante, com intervenções decisivas em cerca de meia dúzia de lances. Sem fazer nenhuma defesa com o nível de espectacularidade daquela (talvez única) a que foi obrigado no jogo da primeira-mão, esteve perfeitamente irrepreensível de todas as vezes em que foi chamado a intervir, pondo cobro a um bom par de lances de golo quase feito.

Há uns tempos atrás, por ocasião da sua primeira chamada à Selecção Nacional, escrevi um post em que destacava a justiça desse prémio, que viria a ser o post mais comentado da curta história deste blogue. A maior parte dos comentários traduziam ainda algum sentimento de desconfiança em relação às capacidades do jogador, nomeadamente quando comparadas com as do seu principal concorrente a titular do posto de guarda-redes da equipa do Sporting.

Hoje, as dúvidas serão menores, começando a existir por aí muito boa gente que começa a dar por garantida a sua presença no lote de convocados para o Euro 2008. Eu próprio, quando escrevi o tal post, achava que a convocatória tinha feito sentido mas entendia-a mais como um prémio para o bom trabalho desenvolvido e um incentivo para o futuro. Hoje, estou convencido de que não haverá por aí muitos candidatos à 3ª vaga naquele lote de convocados e menos ainda à titularidade da selecção a médio prazo.

BRUNO PEREIRINHA

Quem está familiarizado com o seu percurso nos escalões de formação (que não é o meu caso), estranhava que o seu rendimento estivesse limitado àquilo que nos vinha mostrando ao serviço da equipa principal do Sporting, nas poucas oportunidades que teve de se exibir.

Vem ganhando, e de que maneira, o seu espaço na equipa do Sporting. Chega a ser decisivo, como foi o caso ontem, com o belíssimo golo apontado que abriu caminho a mais uma grande noite europeia. É, cada vez mais, uma aposta ganha de Paulo Bento, que sempre acreditou nele.

JOÃO MOUTINHO

Está em crescendo de forma e a equipa beneficia desse facto. Esteve muito bem durante quase todo o jogo, nas várias funções e tarefas que foi chamado a desempenhar, mas algumas das suas intervenções, nomeadamente a desmarcar colegas, inventando espaços onde colocar a bola, destacam-se claramente da média.

O seu passe para o primeiro golo do Sporting, marcado por Pereirinha, é absolutamente magistral, sublime, a raiar a perfeição.

LIEDSON

Com os 2 golos apontados ontem, igualou o nosso grande ex-capitão Manuel Fernandes na lista dos melhores marcadores do Sporting em competições europeias, com a marca de 18 golos. Este facto é bem paradigmático daquilo que têm sido os últimos anos do Sporting e da forma como a história (recente, mas não só) do clube é percepcionada pelos seus adeptos.

A percepção geral é de que o Sporting já viveu melhores dias, facto que, para muitos, justifica o relativo e crescente distanciamento com que vão vivendo o dia-a-dia do clube do seu coração. O actual modelo de governação e principais estratégias seguidas na gestão do futebol do clube são amiúde criticadas.

E, no entanto, o Sporting, hoje em dia, bate-se normalmente até muito perto do seu final pela conquista das principais provas do calendário nacional (com a notória excepção do ano em curso, no que ao campeonato nacional diz respeito), quando a regra consistia normalmente em começar a pensar na época seguinte por alturas do Natal. Nos últimos 8 anos, conquistou dois campeonatos nacionais e duas Taças de Portugal, tendo ainda conseguido apurar-se directamente para a Liga dos Campeões nos últimos dois anos.

Ao nível europeu, temos o exemplo de Liedson que, em 5 anos ao serviço do Sporting, conseguiu alcançar o mesmo feito que tinha demorado 12 anos (doze!) ao grande Manuel Fernandes (nem mais, nem menos) a alcançar, podendo-nos ainda gabar de termos atingido, nesse período, a segunda final europeia da nossa história.

Das duas uma: ou a nossa história não é tão brilhante como a pintam ou o período “passivo-dependente” não é assim tão mau. E todos sabemos que não é a primeira hipótese.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Noite de regressos


Em noite de regressos de Nélson e Celestino a Alvalade (merecia melhor sorte o nosso ex-sub-capitão) e de Pedro Silva ao activo, o Sporting regressou também ao nível exibicional a que já nos acostumou esta época, ao nível interno, cumprindo apenas os serviços mínimos, depois da exibição de encher o olho da passada quarta-feira.

O que não impede que os tais serviços mínimos não tenham sido mais do que suficientes para construir um resultado confortável, frente a um Estrela da Amadora que teve o azar de sofrer um golo (e que golo!) praticamente no primeiro remate efectuado pelo Sporting, de ver a sua equipa reduzida a dez ainda antes do intervalo e a nove aos 55 minutos e de ainda ver o guarda-redes suplente, Pedro Alves de seu nome, dar um autêntico brinde que Liedson não enjeitou, aproveitando a oportunidade para regressar aos golos passados 9 (nove!) jogos sobre o último golo marcado para o campeonato.

Ou seja, com o jogo perfeitamente controlado desde muito cedo, e tendo em consideração que a equipa vinha de um jogo a meio da semana e terá novo jogo daqui a 4 dias, compreende-se que, independentemente da vontade do público que se deslocou a Alvalade em noite de temporal, se tenham poupado esforços para o jogo da Taça UEFA.

Pelo meio, ainda houve tempo para mais um regresso: o do fantasma dos pénaltis não convertidos. A percentagem de conversão de pontapés da marca de grande penalidade pelo Sporting, ao longo da presente temporada anda na casa dos 50% e só Polga, à sua conta, falhou duas das três oportunidades de que dispôs.

Não sei se o Sporting terá algum especialista na marcação deste tipo de pontapés (embora o avô de Grimi já tenha vindo a público dizer que o neto tem jeito; é caso para dizer: se o meu avô não gostar de mim, quem gostará?). Não sei sequer se, à falta de um especialista, Polga será o mais talhado para a função. Isso caberá a Paulo Bento aquilatar e decidir. Aquilo que sei é que, seja ou não seja especialista, seja ou não seja a escolha mais indicada do treinador, Polga é profissional de futebol e, nessa medida, tem a obrigação e o dever de fazer melhor.

Em suma, a noite valeu pelo grande golo de João Moutinho que abriu o caminho para a vitória, dando ao Sporting a tranquilidade que tanto precisava entre dois compromissos europeus, e pelos 3 pontos que, para já, devolvem o Sporting ao 3º lugar do qual, ou muito me engano, ou já não sairá até final da temporada, nem que, para isso, "alguém" tenha de beneficiar de 2 pénaltis por jogo (e, diga-se a bem da justiça, tenha a arte de os converter).

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Quase perfeito


Definitivamente, temos um Sporting para consumo doméstico e outro, completamente transfigurado, para europeu ver.

Na última quarta-feira europeia, testemunhada ao vivo por um número de adeptos inferior àquele que a ocasião impunha e que o espectáculo haveria de justificar, o FC Basel ficou a conhecer todo o potencial da equipa do Sporting.

De Rui Patrício (o sucesso da eliminatória poderá ter passado mais pelas suas mãos numa única intervenção do que pelos pés de qualquer outro jogador) a Vukcevic (única possível excepção ao que acabei de referir), passando por Grimi, Romagnoli, Moutinho ou Liedson, pouco se poderá apontar à equipa do Sporting.

Para a noite do Sporting poder ser considerada perfeita, terá faltado apenas, na minha opinião, materializar em golos o domínio avassalador exercido sobre o adversário (e que poderia, neste momento, significar que o jogo da próxima semana serviria apenas para cumprir calendário), uma maior eficácia a nível defensivo em lances de bola parada e uma pontinha de inteligência a Vukcevic, para contrapor a todo o fulgor com que encara cada lance, e que podia ter sido o suficiente para que pudesse dar o seu contributo (tão importante) à equipa durante as próximas 3 semanas. Isso e um estádio cheio!

A juntar a tudo isto, soubemos, passadas cerca de 24 horas, que o Atlético de Madrid parte em desvantagem para a segunda mão da eliminatória frente ao Bolton, depois de ter perdido por 1-0 naquela cidade vizinha de Manchester, obra e graça de El Hadji Diouf.

Significa isto não só que Simão Sabrosa está mais longe (e espera-se que definitivamente afastado) de regressar a Alvalade, como também que o Sporting poderá ter pela frente, na próxima eliminatória, uma equipa teoricamente mais fácil.

Como bónus, teremos ainda a possibilidade de regressar à grande Manchester, por onde já passámos este ano e onde todos desejamos voltar no próximo dia 14 de Maio para disputar a final da Taça UEFA.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Estrelinha na Taça de Portugal

A proverbial falta de sorte do Sporting em matéria de sorteios tem andado arredada de Alvalade, nos tempos mais recentes, pelo menos no que diz respeito às provas nacionais.

Desta feita, para os quartos-de-final da Taça de Portugal, ditou hoje o sorteio que o Sporting defrontasse o Estrela da Amadora, no Estádio de Alvalade, no próximo dia 27 de Fevereiro.

Como curiosidade, temos o facto de Pedro Celestino regressar a Alvalade, tal como eu ainda há uns dias antecipei, de forma quase profética. O que não tinha previsto era que fosse com outras cores...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Orgulho leonino


Na semana em que, com bufos ou sem bufos, o Sporting lá conseguiu garantir a passagem aos quartos-de-final da Taça de Portugal, com uma vitória caseira sobre o Marítimo, no jogo que assinalou a estreia de Grimi com a camisola do Sporting (ainda por cima em plano de evidência), é outra a modalidade que, hoje como sempre, nos enche de orgulho. Falo, obviamente, de atletismo.

As equipas masculinas e femininas de atletismo do Sporting conquistaram, respectivamente, os 13º e 14º títulos consecutivos nos Campeonatos Nacionais de Clubes em Pista Coberta, que decorreram nos passados dias 2 e 3 de Fevereiro em Espinho.

Já este fim-de-semana, no Meeting Internacional de Valência, Naide Gomes, atleta do Sporting e campeã europeia em título, bateu o recorde nacional do salto em comprimento em pista coberta, com 6,90m, segunda melhor marca mundial do ano, que lhe garantiu a vitória na prova.

Na mesma prova e no sector masculino, Marco Fortes, também ele atleta do Sporting, bateu o recorde nacional do lançamento do peso com um arremesso a 20,08m, tornando-se assim no primeiro lançador de peso português a ultrapassar a marca dos 20 metros e alcançando os mínimos não só para o Campeonato do Mundo de Pista Coberta, que terão lugar precisamente em Valência, mas também para os Jogos Olímpicos de Pequim.


Faço questão de aqui fazer eco destes feitos, não só pelo seu significado intrínseco, mas também porque, como sempre, a maioria dos auto-intitulados órgãos de informação desportiva fez praticamente tábua rasa dos mesmos.

Bem sei que não estamos a falar de modalidades e/ou especialidades com a projecção do triatlo, do judo ou do triplo salto, modalidades essas que, como todos sabemos, arrastam por esse mundo fora verdadeiras hordas de fanáticos, rivalizando em termos de mediatismo apenas com desportos como o badminton, a natação sincronizada ou, eventualmente, o bilhar às três tabelas, mas ainda assim parecem-me estes feitos dignos de algum tipo de destaque.

Mas esta não é a única razão que me leva a evocá-los. Faço-o também para assinalar uma efeméride. Comemora hoje o seu 87º aniversário aquele sem o qual nada disto seria possível, uma das figuras mais proeminentes e consensuais da nossa história centenária, actual sócio nº2 do Sporting Clube de Portugal, o Senhor Atletismo, Professor Mário Moniz Pereira.

Sendo assim, caro Professor, muitos parabéns pelo dia de hoje e muito obrigado por todos os anteriores!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O exemplo que não vem de cima


No rescaldo da quarta derrota da época da equipa de Paulo Bento para o campeonato nacional, desta feita no Restelo frente a um bem organizado Belenenses, Soares Franco desceu ao balneário para dirigir algumas palavras de incentivo aos jogadores. Se, à partida, este acto poderia parecer, isoladamente, uma sensata medida de gestão dos recursos humanos não deixam de me “fazer espécie” algumas questões.

Em primeiro lugar, e correndo o risco de estar a dizer um grande disparate, a SAD do Sporting não tem, na sua estrutura, um Vice-Presidente para o futebol e um Director Desportivo, reconhecidamente mais experientes nas matérias da bola e que, como tal, deveriam estar mais habilitados a prestar-se a este papel?

Mas dando de barato o mutismo daqueles dois dirigentes, pergunto-me quais terão sido as palavras de Soares Franco? A que argumentos terá apelado no sentido de motivar os jogadores para que não voltem a repetir-se os recentes maus resultados, tendo presente que o jogo de amanhã, frente ao Marítimo, para a Taça de Portugal, é absolutamente decisivo para salvar a época desportiva (e, eventualmente, o futuro de Paulo Bento como treinador do Sporting)?

Ao profissionalismo e dedicação à causa? Ter-lhes-á pedido o esforço sobre-humano de dedicarem mais de uma hora por dia ao clube que representam para poderem estar ao seu melhor nível no apronto de Sábado? Que, uma vez sem exemplo, releguem as suas restantes prioridades (que também as têm, embora não forçosamente no sector da construção) para um plano secundário e se dediquem de alma e coração ao Sporting?

Ou, por falar em coração, terá apelado ao seu amor à camisola, à sua vontade de ser dignos representantes das nossas cores, honrar os pergaminhos e o historial do clube, deixar a pele em campo, movidos apenas e somente pelo imenso orgulho e honra de representarem o melhor clube de Portugal e um dos melhores do Mundo?

Talvez até lhes tenha prometido, como recompensa, um lugar na galeria dos notáveis que se distinguem não só pelo seu desempenho profissional ao serviço do Sporting, mas também pela dedicação e amor ao clube que, como todos sabemos, é a barra dos tribunais, sejam eles do Trabalho ou da Relação.

Poderá ainda ter argumentado com um apelo ao espírito de entreajuda e solidariedade que deve ser característico de qualquer equipa e que contribui normalmente de forma decisiva para a obtenção dos resultados a que a mesma se propõe. Poderá estar aqui encontrada a resposta para o facto de esta palestra não ter sido ministrada por Pedro Barbosa ou Miguel Ribeiro Teles.

Qualquer que tenha sido a lógica argumentativa do nosso Presidente, atendendo à verve que todos lhe reconhecemos e ao exemplo que transmite de dedicação e amor ao clube, espero sinceramente que a atitude da equipa amanhã não esteja exclusivamente alicerçada nas palavras que terá ouvido hoje.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Sporting na final da Taça da Liga


O Sporting apurou-se esta quarta-feira, com brio, para a final da primeira edição da Taça da Liga (vulgo Carslberg Cup), a realizar no Estádio do Algarve, no próximo dia 22 de Março, onde irá ter por adversário o Vitória de Setúbal.

O apuramento foi alcançado com uma vitória confortável sobre o Penafiel (3-1 com dois golos de Izmailov e um de Romagnoli), na última jornada da fase de grupos da prova, numa noite também positivamente marcada pelo regresso de Pedro Silva às convocatórias após prolongada lesão, pela estreia de Tiuí no banco de suplentes, pelo facto de Celsinho ter, pela primeira vez, completado 45 minutos de jogo (com uma exibição bastante razoável) ou, ainda, pela comemoração de mais um aniversário do roupeiro mais famoso do mundo – o nosso querido Paulinho.

E tudo podia ter ficado por aqui na noite da passada quarta-feira. Infelizmente, para infortúnio do Sporting, e à força de haver quem goste mais de ser parte do problema do que da solução, não foi isso que aconteceu.

Mas isto foi o que se passou de relevante: o Sporting, tal como o Vitória de Setúbal, e ao contrário de outros (30 outros, para ser mais preciso), está apurado para a final da primeira edição da Taça da Liga. E espera-se que a ganhe.