Qualquer pessoa que perceba minimamente de futebol sabe a importância de marcar primeiro. Qualquer pessoa que acompanhe o Sporting de Paulo Bento sabe bem que, estando a ganhar desde cedo, a equipa ganha outra tranquilidade e – todos os dados estatísticos apontam nesse sentido (como se o mero bom senso não fosse suficiente) – raras são as vezes em que deixa fugir essa vantagem.
Hoje, no Estádio do Bonfim, o Sporting marcou um golo limpo aos 4 minutos de jogo. O fiscal de linha que acompanhou o ataque do Sporting durante a primeira parte (não sei se era o mesmo que vê bolas baterem na mão quando efectivamente bateram na cabeça ou se outro qualquer com semelhante predisposição) tratou de levantar a bandeirola para assinalar um pretenso fora-de-jogo.
O árbitro (esse sim, sei que não era o mesmo que não liga à opinião dos seus auxiliares, por exemplo quando estes vêem um defesa da equipa adversária do Sporting colocar a bola à mão dentro da própria grande área e disso mesmo lhe dão indicação) não hesitou em aceder à indicação do seu auxiliar, invalidando um golo perfeitamente limpo ao Sporting.
O que fica para a história é o resultado. Porque a história é normalmente escrita pelos vencedores. E esses (dos mais directamente beneficiados por este resultado aos comentadores de serviço, passando pelos órgãos de informação desportiva), com toda a certeza, sobre este facto, não mais abrirão o seu “bico” (e nunca esta expressão foi tão adequada).
Não sei o que se teria passado caso aquele golo limpo tivesse sido validado. Sei que aquilo que se passou não se passaria com toda a certeza. Comentar o que se passou a seguir teria o mesmo interesse, do ponto de vista intelectual, que comentar as incidências de um combate de wrestling e a justiça do respectivo vencedor, pelo que me abstenho de o fazer.
À atenção do Professor Jesualdo: isto, sim, é um resultado mentiroso.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
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3 comentários:
O pessoal parece querer escamotear propositadamente estes factos e apontar a mira ao Patrício e ao Paulo Bento. Como pode ver no último post do Óculo, não contribuo para esse peditório. Julgar um guarda-redes por uma defesa que, aparentemente, qualquer pessoa faria (por isso é que é um frangalhão) é, ou pouco honesto, ou pouco inteligente e, revelador da má-vontade que existe. Afirmar que o Paulo Bento é burro porque aposta (amíude) em certos jogadores (e, revelador dessa má-fé latente em muitas análises, é dizer-se que o Farnerud - de quem não sou apreciador - jogou mal (sinceramente, acho que, desta vez, não o fez)) é revelador do que já afirmei em relação ao Rui. Penso que o homem sentiu que os níveis de confiança da equipa estavam a subir e achou que esta poderia comportar alguns "corpos estranhos". Pedro Silva revelou (esperada) falta de ritmo e apoiou pouco o ataque e Purovic..., seria mais útil se o Sporting jogasse num modelo Boloni 2001/2002 ou para ser utilizado em situações de desepero(e, à excepção destas situações, acho que o Bento não deveria insistir nele mas, não será por isso que deixo de lhe reconhecer competência).
Caro mpre27,
Isto é o tipo de discurso que interessa a outros, é a tal história contada na perspectiva dos vencedores. Compreendo que os supostamente isentos comentadores e jornalistas desportivos embarquem e fomentem essa visão dos acontecimentos, porque os seus propósitos são cada vez mais claros e transparentes.
Tenho alguma dificuldade em compreender que adeptos e sócios do Sporting embarquem nessa "canção do bandido", mas regozijo-me por verificar que não é um deles.
Falando de futebol propriamente dito (mas não de jogo que, como referi, para mim acabou aos 4 minutos), concordo consigo no que diz respeito a Farnerud: é o elo mais fraco e é o primeiro a comer quando as coisas correm mal. Na minha modesta opinião, esteve ontem a anos-luz, para melhor, do seu colega de sector Miguel Veloso.
Mas todos sabemos que o Farnerud está para Miguel Veloso como o Sporting está para alguns dos seus concorrentes directos: tem de fazer o triplo para receber metade do reconhecimento.
Quanto a Purovic, e dada a rigidez táctica de Paulo Bento, penso que a função em que poderia ser mais útil seria sensivelmente a meio da baliza de Rui Patrício, por trás deste: ao contrário de outros, não jogaríamos com 14, mas as nossas balizas teriam 3 postes!
(mas sim... compreendo o que diz... longe de querer comparar um com o outro, também teria alguma curiosidade em ver Jardel a jogar neste sistema, muitas vezes encostado à linha lateral com a espinhosa missão de servir os colegas de ataque no interior da área ou a vir buscar jogo atrás... palpita-me que o resultado não seria muito diferente)
Saudações leoninas
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