terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Rui Patrício na Selecção
É sempre com uma pontinha mal disfarçada de orgulho que vejo um jogador formado no Sporting ser chamado pela primeira vez à nossa Selecção principal. Se esse jogador, além de ter sido formado no Sporting, ainda representar as nossas cores, aí nem sequer me esforço em tentar disfarçar esse orgulho.
É por todos reconhecido a Rui Patrício um grande potencial, embora a questão da sua titularidade na equipa do Sporting nem sempre seja tão unânime. Confesso que também a mim me faz alguma confusão que um plantel seja planeado de forma a deixar um destes jogadores – Rui Patrício ou Stojkovic – no banco de suplentes. Ambos são jovens, necessitando da rodagem que lhes permita progredir e aperfeiçoar as qualidades que têm.
Haverá argumentos a favor de um e de outro. Se Rui Patrício tem a seu favor o facto de ser prata da casa e de, nessa medida, estar mais identificado com a mística leonina, Stojkovic apresenta argumentos como a maior experiência que foi adquirindo, nomeadamente ao serviço da respectiva selecção.
Mas importante, neste momento, é reconhecer a justiça desta convocatória que é, afinal de contas, um justo prémio para o trabalho até aqui realizado por Rui Patrício e como que uma compensação pelo infortúnio que o tem acompanhado em certas ocasiões. Parabéns também a Paulo Bento, por ter tido a coragem de apostar nele.
Leandro Grimi
Está, finalmente, confirmada a contratação pelo Sporting de Leandro Grimi, lateral-esquerdo argentino de 22 anos, por empréstimo do AC Milan até final da época 2007/2008. A contratação que esteve perto de acontecer no Verão passado acontece agora, depois de uma breve passagem do jogador pelo Siena, clube da Serie A italiana.
A apresentação do jogador teve lugar ontem em Alvalade, tendo-se ficado a saber que Grimi irá envergar a camisola com o número 18, anteriormente vestida por Nani. Pode ser que me engane, mas a avaliar pelo curriculum do rapaz, eu diria que temos reforço. Quanto mais não seja, pela (falta de) qualidade dos concorrentes ao lugar. Boa sorte para ele!
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Noite feliz
Escrevi, a propósito do Boavista x Sporting (como poderia ter escrito a propósito de tantos outros) que há noites assim. No caso particular do Sporting, talvez haja mesmo demasiadas noites assim, como aquelas.
Mas ontem não foi uma dessas noites. Ontem, a noite esteve estrelada para os lados de Alvalade. Num bom jogo de futebol, o Sporting conseguiu, muito cedo, concretizar as poucas oportunidades que teve e capitalizar na vantagem obtida, contagiando as bancadas do estádio de uma tranquilidade e um ambiente de festa como há algum tempo não se via por aquelas bandas.
A superioridade da equipa do FC Porto foi, a espaços, incontestável, tal como a mais-valia que representam, quer para aquela equipa, quer para o próprio campeonato, a presença de jogadores como Lisandro Lopez ou Lucho Gonzalez. Não é por acaso que lidera o campeonato com a vantagem confortável de que (ainda) dispõe.
Quanto à equipa do Sporting, apresentou-se mais personalizada, disciplinada e batalhadora do que tem sido costume, como se impunha. Mas não é só contra FC Porto, Manchester Utd. ou AS Roma que tal se impõe. É bom mas não chega. Dá para fazer boas figuras na Liga dos Campeões e para ir ganhando umas Taças, mas não chega manifestamente para ganhar campeonatos.
Alguns destaques na noite de ontem:
BRUNO PEREIRINHA
Mas ontem não foi uma dessas noites. Ontem, a noite esteve estrelada para os lados de Alvalade. Num bom jogo de futebol, o Sporting conseguiu, muito cedo, concretizar as poucas oportunidades que teve e capitalizar na vantagem obtida, contagiando as bancadas do estádio de uma tranquilidade e um ambiente de festa como há algum tempo não se via por aquelas bandas.
A superioridade da equipa do FC Porto foi, a espaços, incontestável, tal como a mais-valia que representam, quer para aquela equipa, quer para o próprio campeonato, a presença de jogadores como Lisandro Lopez ou Lucho Gonzalez. Não é por acaso que lidera o campeonato com a vantagem confortável de que (ainda) dispõe.
Quanto à equipa do Sporting, apresentou-se mais personalizada, disciplinada e batalhadora do que tem sido costume, como se impunha. Mas não é só contra FC Porto, Manchester Utd. ou AS Roma que tal se impõe. É bom mas não chega. Dá para fazer boas figuras na Liga dos Campeões e para ir ganhando umas Taças, mas não chega manifestamente para ganhar campeonatos.
Alguns destaques na noite de ontem:
BRUNO PEREIRINHA
Quando todos esperavam que do confronto entre Bruno Pereirinha e Ricardo Quaresma pudesse sair a resposta para o desfecho do encontro… saiu mesmo! Mas, contra todas as expectativas, o vencedor claro desse confronto individual foi o jovem médio adaptado a lateral-direito. Uma das melhores exibições da noite, senão mesmo a melhor!
Esteve quase inatacável no capítulo defensivo, quer na cobertura do seu flanco quer ainda nas dobras aos seus companheiros de sector, sempre que a isso foi chamado. Arranjou ainda tempo e fôlego para subir no terreno, tendo tido intervenção directa no segundo golo do Sporting.
Comentei antes do jogo com um adepto do FC Porto (que, não fosse a vergonha que me tolhe, até confessaria tratar-se do meu próprio irmão) que a ausência de Abel poderia ser determinante, dada a sua influência na equipa e o facto de se tratar, na minha opinião, de um dos dois melhores laterais direitos a actuar em Portugal neste momento (sendo o outro José Bosingwa).
A minha opinião logo mereceu um comentário jocoso por parte do meu interlocutor, por entender que seria muito lisonjeiro para Abel ser incluído no mesmo saco de Bosingwa. Mal acabou o jogo, e depois de assistir à exibição de Pereirinha, fiz questão de emendar a mão, dando razão ao tal senhor: Abel não é, de facto, um dos dois melhores laterais direitos a actuar entre nós; é, isso sim, um dos três melhores!
VUKCEVIC / IZMAILOV
Juntamente com Pereirinha, serão os inevitáveis candidatos a melhores jogadores em campo com a camisola do Sporting. Estiveram ambos nos dois golos que selaram a vitória sobre o actual e mais que provável futuro campeão nacional.
Izmailov evidenciou-se em bem melhor plano do que vem fazendo nos últimos jogos, como que impelido por uma qualquer vocação para sobressair quando tem por adversário o FC Porto. Chegou a ser determinante na forma como ajudou Ronny a “secar” Bosingwa, habitualmente um dos elementos mais influentes do plantel portista.
Quanto a Vukcevic, à falta de Derlei, é mesmo o parceiro certo para Liedson na frente de ataque, quer pela diferença de valia que o separa dos restantes concorrentes ao lugar, quer pelo estilo de jogo que se adapta bem ao futebol do avançado brasileiro. Tem sido determinante (talvez mesmo o melhor jogador do Sporting) de há umas semanas a esta parte e ontem voltou a sê-lo.
Começam a faltar palavras para descrever a sua influência na equipa. Dá gosto vê-lo colocar em campo toda a sua raça, seja na forma como, juntamente com Liedson, é o primeiro a defender, seja pela forma como não desiste de um lance, evitando a queda fácil após contacto com oponentes directos, seja ainda pela forma como festeja os golos nos braços dos adeptos, factos que contribuem para que seja um dos jogadores em relação ao qual o público sente mais empatia actualmente.
Não me lembro, nos últimos anos, de um jogador que não fosse Liedson que, nesta altura do campeonato, liderasse a lista dos melhores marcadores leoninos.
Por uma questão de justiça, uma nota apenas para lembrar os mais distraídos que, se a memória não me falha, a contratação de ambos os jogadores tem a chancela do desditoso Carlos Freitas.
RUI PATRÍCIO
Uma das melhores exibições de um guarda-redes adversário a que tive oportunidade de assistir este ano em Alvalade foi a de Van der Sar, por ocasião do jogo que opôs o Sporting ao Manchester United, a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Tanto quanto as três ou quatro defesas impossíveis que fez, impressionou-me a segurança, a simplicidade com que transformava lances perigosos em lances aparentemente fáceis, a facilidade com que encaixava à primeira potentes disparos adversários.
Salvas as devidas diferenças, ontem vi isso em Rui Patrício. Haverá (há de certeza) outros aspectos em que levará desvantagem em relação ao seu concorrente pelo lugar, mas neste aspecto revela muito maior segurança.
DEFESA
Nem só de coisas boas foi feito o jogo de ontem e só por manifesta falta de pontaria dos adversários e alguma sorte, o Sporting saiu ontem de Alvalade com as suas redes invioladas.
Sempre que há um livre lateral ou um pontapé de canto contra o Sporting, é um verdadeiro “Deus nos acuda”! A quantidade de vezes que os jogadores do FC Porto fugiram à marcação e apareceram isolados em frente a Rui Patrício não se coaduna com as ambições de uma equipa que se diz (ou dizia) candidata a tudo e mais umas botas. E nem o “patrão” Anderson Polga está isento de culpas nesta matéria.
JESUALDO FERREIRA
Tenho uma embirração especial com este senhor. E, na minha opinião, ele faz por merecer que eu acalente este sentimento que nutro por ele. É tão pouco digno na derrota (como foi o caso ontem) como na vitória (como pudemos ver no final da época passada, após a conquista do campeonato para as suas cores).
Também em matéria de competência técnica deixa muito a desejar. Nada justifica que o treinador da equipa que é líder incontestada do campeonato, dispondo à partida para este jogo de um avanço de 14 pontos face ao seu adversário directo, altere por completo o esquema táctico, com os resultados que todos pudemos ver. A não ser, talvez, um temor reverencial em relação ao Sporting… facto que eu saúdo!
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
The Beautiful Game
Alguém, um dia, se lembrou de chamar ao futebol “the beautiful game”. Não sei quem foi o peregrino, embora a autoria da expressão seja atribuída por alguns ao Rei Pelé, numa sua autobiografia datada de 1977.
Seja quem for o autor, irá por certo repensar o seu sentido estético se se der ao trabalho de, na madrugada de hoje para amanhã (a partir das 2h30) se sentar confortavelmente em frente à televisão para assistir à final feminina do Open da Austrália em ténis, primeiro torneio do Grand Slam da temporada, entre a russa Maria Sharapova e a sérvia Ana Ivanovic.
Mas como uma imagem vale mais do que mil palavras, aqui vos deixo muitas imagens…
Seja quem for o autor, irá por certo repensar o seu sentido estético se se der ao trabalho de, na madrugada de hoje para amanhã (a partir das 2h30) se sentar confortavelmente em frente à televisão para assistir à final feminina do Open da Austrália em ténis, primeiro torneio do Grand Slam da temporada, entre a russa Maria Sharapova e a sérvia Ana Ivanovic.
Mas como uma imagem vale mais do que mil palavras, aqui vos deixo muitas imagens…
Miguel Bundoso
Não nutro especial simpatia por Luís Filipe Scolari. Ao contrário da maior parte das pessoas, atribuo-lhe não tanto o mérito de termos atingido uma final de um campeonato da Europa, mas mais as culpas por não o termos ganho, tendo a seu favor uma conjugação de condições que muito dificilmente se voltarão a repetir ao longo das próximas décadas.
Também o Sporting em muito pouco tem beneficiado com a passagem do “xerifão” pelo comando da equipa técnica que dirige os destinos da nossa Selecção. Lembro-me, por exemplo, que se não tivesse sido Scolari a inventar as convocatórias de jogadores risíveis como João Alves e Luís Loureiro, dificilmente o Sporting alguma vez os teria contratado (para que fique claro, ressalvo que lhe condeno apenas o contributo indirecto que deu, na medida em que a culpa, essa, vai obviamente inteirinha para quem, no Sporting, terá tomado a decisão).
Mas eis senão quando Scolari surpreende e resolve dar aquilo que espero seja um importante contributo para a segunda metade da época do Sporting ao dizer que quem “anda a jogar com 2 e 3 quilos acima do peso, bunda grande, menos preocupado com o futebol e mais com a noite, desfiles e moda” vai ter de fazer pela vida se quiser constar da lista dos eleitos que irá representar Portugal no Euro-2008.
Assumindo que sei de quem é que ele está a falar (só lhe faltou apontar com o dedo, como faz na fotografia acima), o que eu desejo é que aquelas palavras não caiam em saco roto e o Sporting possa contar com mais um reforço, depois de Derlei, vindo directamente do próprio plantel. Que importante que isso seria para as poucas e dispersas aspirações que ainda nos restam!
Bravo(s)!
O Sporting deu, na passada 4ª feira, um importante passo rumo à final da Taça da Liga, vulgo Carlsberg Cup (meu modesto contributo para publicitar a marca do principal patrocinador da prova, como forma de os compensar do rombo que deve ter representado a eliminação prematura dos outros dois tradicionais candidatos à disputa da conquista dos troféus nacionais).
Numa exibição suficiente se tivermos em conta a valia do adversário, não queria deixar de destacar o papel de João Moutinho – aquele que é cada vez mais um digno sucessor de outros que, antes dele, envergaram aquela braçadeira.
Desempenhou papel importante na manobra ofensiva da equipa, sem nunca descurar, com grande rigor táctico, a retaguarda, fazendo as devidas compensações quer às intermitências defensivas de Pereirinha (em bom plano ao nível atacante), quer as já costumeiras imobilidade e displicência de Miguel Veloso.
Mas o meu principal destaque vai para os 6.436 bravos que, tal como eu, fizeram questão de marcar presença em Alvalade e acompanhar a equipa in loco, prestando-lhe o seu apoio e dando prova do seu incondicional amor ao clube. Bravo!
É nestes momentos que não consigo deixar de recordar com alguma emoção aquela espontânea e – achava eu, ingenuamente – sentida manifestação de fervor clubístico de todos quantos preenchiam as bancadas do nosso estádio na última jornada da temporada passada, por ocasião do jogo contra o Belenenses.
Confrontadas com a perda do título para o FC Porto, milhares de vozes se juntaram nessa altura para cantar “Até Morrer Sporting Allez!”. E, pelo que me é dado a ver hoje, uma boa mão cheia dessas pessoas terá mesmo sentido, como eu senti, aquilo que cantou. Os outros, tanto se lhes faz como se lhes fez que se estivesse a cantar “Até Morrer Sporting Allez!” ou o “Atirei o Pau ao Gato”.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Regresso ao activo
Incompatibilidades várias (entre a Vodafone Connect Box e o Windows Vista, entre a PC Clinic e a Vodafone, entre o meu laptop e o Quick Play e entre mim e todos os anteriores) impediram-me de, durante a última semana, me dedicar à actividade bloguística, seja ela sob a forma de leitura ou de escrita.
Confesso que para isso também contribuiu alguma sobrecarga de trabalho. Mas confesso-o de consciência tranquila. Afinal de contas, eu não sou presidente do clube. Como tal, posso muito bem dar-me ao luxo de permitir que os afazeres profissionais se intrometam, ainda que muito esporadicamente, entre mim e o Sporting ou, para ser mais concreto, entre mim e o meu blogue – uma das muitas expressões do meu amor pelo Sporting.
Mas não queria deixar de comentar alguns factos da realidade leonina ocorridos ao longo dos últimos dias. E foram muitos. Que aqui ficam resumidos para memória futura.
TIUÍ
Para juntar ao Levezinho, ao Baixinho e a outros que tais, o Sporting contratou um jogador com nome de passarinho. Dizem os entendidos que poderá encaixar no estilo de jogo de Liedson. Dizem os adeptos dos clubes por onde passou que encaixava melhor numa qualquer outra profissão. Digo eu que aguardo para ver, desejando-lhe, obviamente, toda a sorte do mundo ao serviço do Sporting.
TAÇA DE PORTUGAL
Na Taça de Portugal, o Sporting ultrapassou com a facilidade que seria expectável mais uma equipa algarvia, tendo ficado a conhecer o adversário da ronda seguinte – o Marítimo – que, e espero estar enganado, não se adivinha pêra doce.
No que diz respeito ao jogo com o Lagoa, não queria deixar de destacar alguns aspectos. Desde logo, merece destaque, por ser novidade, que Farnerud se evidenciou pela positiva. Não percebo como é que um jogador que trata tão bem a bola, que sai dos seus pés quase sempre tão redondinha (passe o "futebolês"), não tem rendido mais.
Por outro lado, gostaria também de salientar que, tanto quanto me foi dado a ver, continua a demanda da direcção do Sporting no sentido de restringir ao máximo a sua folha de despesas, facto que saúdo. Consta que, nesse dia, terão poupado para cima de uma centena de euros em despesas com pessoal de bilheteiras, enquanto centenas de pessoas (entre as quais me incluo) aguardavam paciente e ordeiramente a sua vez para comprar o seu ingresso.
Por último, ainda a propósito do jogo dos dezasseis-avos de final da Taça e da vergonhosa assistência registada nesse dia em Alvalade, gostaria de recomendar a leitura da crónica hoje publicada no Record online por Luís Avelãs e que versa sobre o tema da paixão dos portugueses pelo futebol em geral e pelo seu clube em particular ou, mais precisamente, sobre a falta dela.
Ora são os bilhetes que são caros (neste jogo em concreto custavam 5 euros para sócios), ora são os jogos que são à noite (este começou às 17 horas), ora é o futebol praticado que não é bom (4 golos marcados não envergonha ninguém), ora é isto, ora é aquilo. Não percebo. Salvo casos (muito) excepcionais, ou se gosta de bola em geral e do Sporting em concreto, ou não se gosta. O resto, para mim, é conversa fiada.
PROMESSAS
O Sporting acordou com Paços de Ferreira e Estrela da Amadora, ambas equipas da Primeira Liga, os empréstimos, até ao final da presente temporada de Fábio Paim e Pedro Celestino, respectivamente, jogadores que representaram, durante a primeira metade da época, com relativo sucesso, equipas do escalão inferior (Liga Vitalis) – o Trofense e o Estoril Praia, respectivamente.
Celestino foi há poucas semanas eleito pelos treinadores das equipas que militam na Liga Vitalis como o mais valioso jovem jogador daquele escalão, numa decisão quase unânime (12 votos em 15 possíveis, tendo outros dois votos sido atribuídos a Fábio Paim, outro a Carlos Saleiro – ou vice-versa, não posso assegurar – e um último a um jogador cujo nome não me vem à memória e que pouco interessa para o caso já que era o único dos quatro a não ter tido o privilégio de ser formado no Sporting).
Já Fábio Paim é há muito apontado como digno sucessor dos vários talentos que foram, ao longo dos últimos anos, sendo formados pelo Sporting, tendo também sido eleito numa votação online efectuada pelos adeptos do Trofense (ou assim se supõe) como o melhor jogador da equipa que representou e que ocupa nem mais nem menos do que o primeiro lugar da Liga Vitalis.
Esperemos que estes sejam bons indicadores do que há-de vir e que a opção tomada de os fazer rodar em clubes mais competitivos possa dar os seus frutos. Quem sabe não serão estes os senhores que se seguem.
LOTEAMENTO
Passados 25 anos sobre o início da saga, iniciada em 1983 com a celebração, entre o Sporting e a CML, de um protocolo que visava a cedência de terrenos do clube para o interface do Campo Grande, e 8 anos volvidos sobre a aprovação, em sede de PDM, da construção de 109 mil metros quadrados na zona do antigo estádio, eis que, finalmente, a Assembleia Municipal aprovou o projecto de loteamento dos terrenos, permitindo dessa forma ao Sporting realizar um encaixe de cerca de 27,5 milhões de euros.
A boa notícia é que, para que tal acontecesse, o presidente do Sporting, Dr. Filipe Soares Franco, não teve de perder a compostura, rodar a baiana ou sequer pôr em causa os elevados princípios de educação e civismo nos quais foi educado.
A má notícia é que fica provado, como se de mais provas precisássemos, que enquanto o nosso número de adeptos não representar mais de metade do número de eleitores (seja ele medido em termos nacionais ou autárquico), havemos sempre de ser o parente pobre das decisões político-partidárias. Até ao dia em que alguém, sem perder a compostura ou pôr em causa princípios superiores, se dê ao respeito. Ou melhor, garanta ao Sporting, por parte das entidades públicas, o respeito que lhe é devido.
TAÇA DA LIGA
É já daqui a menos de duas horas que começa o segundo jogo da fase de grupos da Taça da Liga, em Alvalade, frente ao Beira-Mar. Pelo que, não vá a política de contenção de custos ter conhecido o seu fim com o desembrulhar do processo com a CML, já vai sendo tempo de eu me pôr a caminho, não vá a espera para compra de bilhete voltar a durar 40 longos minutos. Quanto ao resultado, por mim até pode repetir-se o do fim-de-semana passado.
Confesso que para isso também contribuiu alguma sobrecarga de trabalho. Mas confesso-o de consciência tranquila. Afinal de contas, eu não sou presidente do clube. Como tal, posso muito bem dar-me ao luxo de permitir que os afazeres profissionais se intrometam, ainda que muito esporadicamente, entre mim e o Sporting ou, para ser mais concreto, entre mim e o meu blogue – uma das muitas expressões do meu amor pelo Sporting.
Mas não queria deixar de comentar alguns factos da realidade leonina ocorridos ao longo dos últimos dias. E foram muitos. Que aqui ficam resumidos para memória futura.
TIUÍ
Para juntar ao Levezinho, ao Baixinho e a outros que tais, o Sporting contratou um jogador com nome de passarinho. Dizem os entendidos que poderá encaixar no estilo de jogo de Liedson. Dizem os adeptos dos clubes por onde passou que encaixava melhor numa qualquer outra profissão. Digo eu que aguardo para ver, desejando-lhe, obviamente, toda a sorte do mundo ao serviço do Sporting.
TAÇA DE PORTUGAL
Na Taça de Portugal, o Sporting ultrapassou com a facilidade que seria expectável mais uma equipa algarvia, tendo ficado a conhecer o adversário da ronda seguinte – o Marítimo – que, e espero estar enganado, não se adivinha pêra doce.
No que diz respeito ao jogo com o Lagoa, não queria deixar de destacar alguns aspectos. Desde logo, merece destaque, por ser novidade, que Farnerud se evidenciou pela positiva. Não percebo como é que um jogador que trata tão bem a bola, que sai dos seus pés quase sempre tão redondinha (passe o "futebolês"), não tem rendido mais.
Por outro lado, gostaria também de salientar que, tanto quanto me foi dado a ver, continua a demanda da direcção do Sporting no sentido de restringir ao máximo a sua folha de despesas, facto que saúdo. Consta que, nesse dia, terão poupado para cima de uma centena de euros em despesas com pessoal de bilheteiras, enquanto centenas de pessoas (entre as quais me incluo) aguardavam paciente e ordeiramente a sua vez para comprar o seu ingresso.
Por último, ainda a propósito do jogo dos dezasseis-avos de final da Taça e da vergonhosa assistência registada nesse dia em Alvalade, gostaria de recomendar a leitura da crónica hoje publicada no Record online por Luís Avelãs e que versa sobre o tema da paixão dos portugueses pelo futebol em geral e pelo seu clube em particular ou, mais precisamente, sobre a falta dela.
Ora são os bilhetes que são caros (neste jogo em concreto custavam 5 euros para sócios), ora são os jogos que são à noite (este começou às 17 horas), ora é o futebol praticado que não é bom (4 golos marcados não envergonha ninguém), ora é isto, ora é aquilo. Não percebo. Salvo casos (muito) excepcionais, ou se gosta de bola em geral e do Sporting em concreto, ou não se gosta. O resto, para mim, é conversa fiada.
PROMESSAS
O Sporting acordou com Paços de Ferreira e Estrela da Amadora, ambas equipas da Primeira Liga, os empréstimos, até ao final da presente temporada de Fábio Paim e Pedro Celestino, respectivamente, jogadores que representaram, durante a primeira metade da época, com relativo sucesso, equipas do escalão inferior (Liga Vitalis) – o Trofense e o Estoril Praia, respectivamente.
Celestino foi há poucas semanas eleito pelos treinadores das equipas que militam na Liga Vitalis como o mais valioso jovem jogador daquele escalão, numa decisão quase unânime (12 votos em 15 possíveis, tendo outros dois votos sido atribuídos a Fábio Paim, outro a Carlos Saleiro – ou vice-versa, não posso assegurar – e um último a um jogador cujo nome não me vem à memória e que pouco interessa para o caso já que era o único dos quatro a não ter tido o privilégio de ser formado no Sporting).
Já Fábio Paim é há muito apontado como digno sucessor dos vários talentos que foram, ao longo dos últimos anos, sendo formados pelo Sporting, tendo também sido eleito numa votação online efectuada pelos adeptos do Trofense (ou assim se supõe) como o melhor jogador da equipa que representou e que ocupa nem mais nem menos do que o primeiro lugar da Liga Vitalis.
Esperemos que estes sejam bons indicadores do que há-de vir e que a opção tomada de os fazer rodar em clubes mais competitivos possa dar os seus frutos. Quem sabe não serão estes os senhores que se seguem.
LOTEAMENTO
Passados 25 anos sobre o início da saga, iniciada em 1983 com a celebração, entre o Sporting e a CML, de um protocolo que visava a cedência de terrenos do clube para o interface do Campo Grande, e 8 anos volvidos sobre a aprovação, em sede de PDM, da construção de 109 mil metros quadrados na zona do antigo estádio, eis que, finalmente, a Assembleia Municipal aprovou o projecto de loteamento dos terrenos, permitindo dessa forma ao Sporting realizar um encaixe de cerca de 27,5 milhões de euros.
A boa notícia é que, para que tal acontecesse, o presidente do Sporting, Dr. Filipe Soares Franco, não teve de perder a compostura, rodar a baiana ou sequer pôr em causa os elevados princípios de educação e civismo nos quais foi educado.
A má notícia é que fica provado, como se de mais provas precisássemos, que enquanto o nosso número de adeptos não representar mais de metade do número de eleitores (seja ele medido em termos nacionais ou autárquico), havemos sempre de ser o parente pobre das decisões político-partidárias. Até ao dia em que alguém, sem perder a compostura ou pôr em causa princípios superiores, se dê ao respeito. Ou melhor, garanta ao Sporting, por parte das entidades públicas, o respeito que lhe é devido.
TAÇA DA LIGA
É já daqui a menos de duas horas que começa o segundo jogo da fase de grupos da Taça da Liga, em Alvalade, frente ao Beira-Mar. Pelo que, não vá a política de contenção de custos ter conhecido o seu fim com o desembrulhar do processo com a CML, já vai sendo tempo de eu me pôr a caminho, não vá a espera para compra de bilhete voltar a durar 40 longos minutos. Quanto ao resultado, por mim até pode repetir-se o do fim-de-semana passado.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Capitais
É de todos conhecida a dificuldade do Sporting, durante o consulado de Paulo Bento, na concretização de lances capitais.
Aquilo que alguns poderão não ter reparado é que a equipa do Sporting perdeu pontos em todas as capitais de distrito que visitou esta época (Porto, Lisboa, Braga e Coimbra), pontos esses que, a terem sido conquistados, permitiriam ao Sporting ocupar a liderança destacada do campeonato.
Isto tudo para dizer que, tal como eu suspeitava, fica provado que o Sporting se debate com um sério problema de… capitais!
Aquilo que alguns poderão não ter reparado é que a equipa do Sporting perdeu pontos em todas as capitais de distrito que visitou esta época (Porto, Lisboa, Braga e Coimbra), pontos esses que, a terem sido conquistados, permitiriam ao Sporting ocupar a liderança destacada do campeonato.
Isto tudo para dizer que, tal como eu suspeitava, fica provado que o Sporting se debate com um sério problema de… capitais!
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Tiro pela culatra
Já vi pior... e a pagar!
Vimos ontem o melhor Sporting deste ano, o que, não sendo muito, já é qualquer coisa. Pelo menos para quem, além de gostar muito do Sporting, também gostar um bocadinho de futebol.
LIEDSON, JOÃO MOUTINHO e o SISTEMA
Já tinha anteriormente dito que mais do que a qualidade (ou falta dela) dos reforços, existia, na minha opinião, um outro aspecto melhor ajudava a explicar o actual momento da equipa do Sporting: a queda vertiginosa de forma de jogadores que, na época passada, tinham sido determinantes como sejam Miguel Veloso, Romagnoli, João Moutinho e Liedson.
Ontem, em Coimbra, estes dois últimos exibiram-se a um nível um pouco mais elevado do que vem sendo hábito no passado recente e o resultado foi uma exibição colectiva muito mais conseguida.
Penso também que à melhoria do nível exibicional destes dois jogadores não é alheia a mudança do sistema táctico utilizado por Paulo Bento. Liedson rende mais se actuar sozinho na frente (como fez ontem) do que quando tem a seu lado um avançado com as características particulares e bastante semelhantes entre si de Purovic e Paez.
João Moutinho, sendo um belíssimo jogador para o Sporting, não é nem nunca foi capaz de, sozinho, jogar e fazer jogar, rendendo tanto mais quanto maior seja o apoio que encontra a seu lado, seja ele medido em termos de qualidade dos seus parceiros ou em número de jogadores que o acompanham na zona intermédia do terreno.
Foi particularmente notória a quebra de João Moutinho da primeira para a segunda época de sénior, em que deixou de ter Rochemback a seu lado, foi-o também da época passada para a presente temporada, em que deixou de contar completamente com Nani e Carlos Martins e parcialmente com Miguel Veloso e Romagnoli. Ontem, fruto do sistema utilizado, actuou bastante mais apoiado e o resultado foi outro (para quem tenha ficado com a dúvida se eu terei visto o jogo até ao fim, esclareço que estou a falar de resultado em termos de nível exibicional).
ILUSÕES
Paulo Bento assumiu ontem, julgo que pela primeira vez, que o Sporting está fora da luta pelo título. Sou um admirador confesso da frontalidade, honestidade e carácter de Paulo Bento (que não é a mesma coisa que dizer que sou admirador confesso das suas capacidades técnicas).
Muitos há que se recusam a largar mão das suas ilusões e repudiam que se fale em “segundos objectivos” e defendem soluções milagrosas e, na maior parte dos casos, meramente ilusórias (já para não dizer bastante onerosas) como a contratação a peso durante a reabertura do mercado em Janeiro, a promoção à equipa principal de mais jovens (Paez tem sido o paradigma das consequências que pode ter queimar etapas na formação de um jogador) ou as chicotadas psicológicas.
Não acredito nesse género de soluções. Acho que se trataria, apenas e somente, de tapar o sol com a peneira. Os problemas com que o Sporting se confronta ultrapassam em muito estes aspectos, pelo que mandaria o bom senso que os mesmos não consumissem mais recursos (nomeadamente, tempo – de que o presidente da OPCA e do Sporting, em part-time, não dispõe em abundância – e dinheiro – que também não nasce nas árvores) que poderão ser tão melhor aproveitados na resolução das questões de fundo.
MIGUEL VELOSO
Miguel Veloso continua uma sombra daquilo que já foi, mas que não caiamos na tentação de pensar que é o único culpado de tudo o que de mau acontece. Ainda ontem ficou intimamente ligado ao lance do golo academista, ao ver um adversário antecipar-se-lhe em zona proibida. Mas também Polga tinha falhado numa primeira instância ao permitir o cabeceamento de um adversário ao primeiro poste e, tal como Pavlovic (autor do golo), outros dois jogadores da Académica surgiam livres de marcação na zona de finalização… e Miguel Veloso não chegava para eles todos.
IZMAILOV
Há coisas em futebol que, definitivamente, não percebo. Correndo o risco de estar sozinho nesta demanda, tanto quanto me é dado ver, Izmailov, excepção feita a um golo marcado ao FC Porto (que, por acaso, até valeu um título, diga-se em abono da justiça), não tem passado de um Farnerud com boa imprensa. Fraquinho, muito fraquinho.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Um zero!
Confrangedora a exibição do Sporting ontem em Setúbal, amorfa e apática a atitude da equipa (e do próprio Paulo Bento), desinspirados, desinteressados e, a espaços, até descontrolados os jogadores do Sporting. Foi isso o Sporting ontem. Em suma, um zero!
Existem alguns aspectos relativos ao jogo de ontem que gostaria de realçar.
PAULO BENTO
Paulo Bento teria tido ontem uma excelente oportunidade para aliviar alguma da carga negativa que ultimamente repousa sobre os ombros daqueles jogadores. Em vez disso, contribuiu, como a sua acção directa, para o acentuar dessa mesma carga. Eu explico.
A Taça da Liga é uma competição menor. Não tão menor quanto querem fazer dela os senhores do costume que prefeririam certamente que fosse dado mais destaque (como muitas vezes é) à prova do triplo salto do meeting de atletismo de Vila Nova da Rabona do que a esta competição mas, ainda assim, é uma competição menor, tal como o é também, por exemplo, a Supertaça.
Na actual fase desta competição, este era o jogo que menos interessava. Não só porque era aquele em que a equipa do Sporting teria de defrontar o adversário menos acessível desta fase da competição, mas também porque dos três jogos que decidirão o apuramento para a final da Taça da Liga, este era o único que o Sporting teria de disputar fora de casa e, portanto, aquele que reuniria, à partida menos hipóteses de ganhar (embora não deixasse por isso de ser o favorito).
Além disso, duas vitórias (que se antecipam relativamente fáceis) nos próximos dois jogos serão, à partida, suficientes para garantir a presença do Sporting na final da Taça da Liga, no dia 23 de Março, pelo que uma derrota no jogo de ontem no Bonfim não comprometeria em nada as legítimas aspirações do Sporting a vencer a primeira edição desta competição.
Paulo Bento sabia disto e sabia também que o actual momento da equipa está longe de ser o melhor (como o demonstram os resultados recentes) e que os últimos acontecimentos (nomeadamente, a demissão de Carlos Freitas) só poderiam contribuir para o acréscimo da intranquilidade da equipa, o que, à partida, tornaria ainda mais provável a ocorrência de novo desaire.
Embora soubesse disto, Paulo Bento decidiu enjeitar a excelente oportunidade que tinha para proteger os seus principais jogadores, remetendo-os para o banco de suplentes ou mesmo para fora da convocatória e colocando em campo os jogadores menos utilizados. Se este jogo era para perder (ou, dito de outra forma, podia ser perdido sem daí viesse grande mal ao Mundo), porque não dar rodagem a quem dela tanto precisa, protegendo simultaneamente de um eventual desaire jogadores cujo nível exibicional tanto tem sido afectado pela intranquilidade anímica que a equipa tem vindo a experimentar?
Este terá sido, quanto a mim, o primeiro erro de palmatória de Paulo Bento. Deixou que uma derrota que não belisca em nada as aspirações do Sporting afectasse negativamente o ânimo dos nossos melhores jogadores.
O segundo erro de Paulo Bento é recorrente e, quanto a mim, inexplicável: vendo-se a perder à passagem da meia-hora de jogo, muda tudo: jogadores, esquema táctico e o mais que houver para mudar. Isto, na minha opinião de leigo, não pode ser bom por um conjunto de razões que passarei a explicar.
O Sporting (ainda) é uma grande equipa que, à partida, entra em qualquer jogo para ganhar, com os jogadores dispostos em campo e a equipa organizada de forma a atingir esse objectivo. Se assim é, como é que tudo pode mudar ao cabo de meia-hora?
Se mudar tudo numa fase tão prematura do jogo traduz a ideia de Paulo Bento de, numa medida desesperada, “pôr a carne toda no assador”, então revela da parte do treinador uma total falta de confiança na capacidade de os seus jogadores porem em prática os ideias e conceitos que lhes terão sido passados ao longo de uma semana de trabalho. Porque eu acredito, embora possa estar errado, que aquilo que eles mais trabalham durante a semana é o plano principal e não o plano de contingência. Como é óbvio, essa falta de confiança passa “lá para dentro”, em nada contribuindo para o acréscimo de confiança dos jogadores numa reviravolta.
Mas, na óptica de Paulo Bento, essa mudança poderá corresponder não a uma medida de desespero mas sim ao reconhecimento de um erro, ou seja, Paulo Bento chega à conclusão (ao fim de apenas 30 minutos) que, afinal, preparou mal o jogo em questão, o modelo táctico, a disposição dos jogadores em campo. Se assim for, já são erros a mais. Pelo pouco que me vai sendo dado a conhecer de Paulo Bento, inclinar-me-ia mais para a primeira hipótese.
Esta atitude de Paulo Bento comporta ainda sérios riscos para a confiança dos jogadores que vão sendo sacrificados nessas substituições. Esses jogadores dividem-se normalmente em dois grupos: aqueles que não costumam ser titulares e a quem é dada uma oportunidade esporádica (veja-se, por exemplo, o caso de Pereirinha ontem) ou habituais titulares que são reconhecidamente os elos mais fracos daquela equipa (por exemplo, Ronny). Qualquer que seja o caso, a dita substituição não pode ter efeitos lá muito positivos na confiança desse jogador.
CARLOS FREITAS
Não jogou, é um facto. Mas, na minha opinião, também não jogaram (ou jogaram muito pouco) alguns dos mais influentes jogadores da equipa que, ou não foram contratados por ele, na medida em que vieram da escolas de formação (João Moutinho e Miguel Veloso, por exemplo) ou foram contratados por ele, já deram no passado provas do seu valor mas estão a atravessar momentos de forma muito maus (refiro-me concretamente a Romagnoli e Liedson). Estes que foram talvez os principais impulsionadores do Sporting na última metade da época passada.
Neste sentido, e independentemente do valor de cada um, parecer-me-ia complicado que os restantes jogadores trazidos para o Sporting por Carlos Freitas, no decurso do último defeso, pudessem explanar todo o seu valor (se é que alguns deles o têm), tal como me parecerá muito complicado integrar qualquer novo reforço, por bom que seja, nesta manta de retalhos em que está transformada a equipa do Sporting.
Não obstante o acima referido, até são fruto das malfadadas contratações de Carlos Freitas na presente época os dois jogadores do Sporting que se exibiram a melhor nível no jogo de ontem: Stojkovic e Vukcevic.
STOJKOVIC
Paulo Bento fica aqui com um problema bicudo para resolver: a escolha do titular das redes leoninas. Rui Patrício vinha ganhando o seu espaço, mas Stojkovic tirou ontem da manga uma exibição de encher o olho que contribuiu de forma decisiva para evitar males maiores.
Continuo sem perceber que estratégia é esta que determina que um destes jovens guarda-redes, aos quais tanto potencial é reconhecido, fique tapado pelo outro, sem oportunidade de jogar e, dessa forma, ganhar rotina numa posição na qual essa mesma rotina é tão importante.
Penso que só ganharíamos em que um deles pudesse rodar noutro clube. A verificar-se esse caso, penso que teria de ser Rui Patrício o sacrificado.
PUROVIC
Uma última palavra para Purovic. Lesionou-se aos 38 minutos de jogo e, de acordo com diagnóstico do médico Virgílio Teixeira, "está incapacitado para jogar". Aqui ficam os desejos de rápidas melhoras e que possa regressar rapidamente da condição de "incapacitado para jogar" por lesão para a condição de "incapacitado para jogar" por natureza.
domingo, 6 de janeiro de 2008
Há jogos assim...
Há jogos assim. Jogos em que tudo sai bem ao adversário e em que nada corre bem ao Sporting. Jogos em que um senhor, algumas das vezes sozinho, resolve sair da penumbra em que sempre viveu, exorbitar todas as suas capacidades e rubricar uma exibição como aquela com que Peter Jehle nos presenteou ontem à noite.
Basta fazermos um pequeno esforço de memória para nos lembrarmos das noites em que Nandinho (Alverca), Mauro (Paços de Ferreira) ou Buba (Beira-Mar), entre tantos outros, resolveram mandar as leis das probabilidades às urtigas e, sozinhos, nos fizeram vergar.
Infelizmente, o Sporting não joga sozinho. Tem pela frente adversários com maior ou menor número de bons executantes, mais ou menos bem organizados, geralmente muito motivados sempre que lhes calha defrontar uma grande equipa como é a do Sporting. E, de vez em quando, dá nisto.
É futebol. Há jogos assim. Há noites assim. Noites em que uma equipa faz dois remates e marca dois golos. Noites em que, por muito que se ataque e se remate, há-de aparecer sempre um poste, um joelho adversário ou um guarda-redes que vai buscar uma bola que se julgava ter como único destino possível o fundo das redes.
Há jogos em que o Sporting, a bem da verdade, não merece a vitória. Jogos em que o adversário consente muito e o Sporting faz muito pouco. Não me pareceu que fosse esse o caso ontem. Faltou (não só, mas também) um pouco de sorte para que o Sporting pudesse ter saído do Bessa com um resultado favorável. Mas, às vezes, é assim. É futebol. É admissível que uma noite destas possa acontecer de quando em vez.
O que não é admissível é que noites destas ocorram com a frequência com que hoje em dia ocorrem. E que, além da sorte, venha faltando tanto mais ao Sporting e ao seu futebol. Isso já não é futebol. Isso já não é admissível. Ninguém está livre de que haja jogos assim, mas Deus nos livre de que voltem a repetir-se épocas assim!
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Bom Ano Novo!
Como blogue democrático que é, o Visconde de Alvalade deseja que todos, sem excepção, possam neste novo ano de 2008 festejar a conquista do 19º título de Campeão Nacional e da 15ª Taça de Portugal da sua história.
Não vá o Diabo tecê-las e o Visconde de Alvalade contar, entre os seus 3 leitores, com adeptos do Beira-Mar, do Penafiel e/ou do Vitória de Setúbal, gostaria também de desejar a todos, com as únicas excepções destes últimos, a conquista da 1ª edição da Taça da Liga.
Por fim, e agora só mesmo aos adeptos do Sporting, o Visconde de Alvalade deseja um ano recheado de sucessos, aos mais diversos níveis, incluindo, claro, a conquista da Taça UEFA!
Bom Ano Novo!
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